Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

Comissão Executiva do Comité Olímpico Internacional propôs Agenda Olímpica 2020 + 5

Um novo guião estratégico, denominado Agenda Olímpica 2020+5, foi proposto pela Comissão Executiva do Comité Olímpico Internacional (COI) para a próxima Sessão do COI, que inclui 15 recomendações.

COP-COI-Igualdade-28-05-2020O novo guião segue a Agenda Olímpica 2020 e orientará o trabalho do COI e do Movimento Olímpico nos próximos cinco anos. A Agenda Olímpica 2020 + 5 será submetida aos Membros do COI para discussão e adopção na 137.ª Sessão, a realizar em Março próximo.

A Agenda Olímpica 2020 + 5 baseia-se nos resultados da Agenda Olímpica 2020 que, desde a sua adopção (Dezembro de 2014), visou fortalecer o COI e o Movimento Olímpico ao introduzir mudanças destinadas a tornar os Jogos Olímpicos adequados aos desafios de futuro; quis salvaguardar os valores olímpicos; e fortalecer o papel do desporto na sociedade.

As quinze recomendações que compõem a Agenda Olímpica 2020 + 5 baseiam-se nas principais tendências identificadas como potencialmente decisivas no mundo pós-coronavírus, sendo também áreas onde o desporto e os valores do Olimpismo podem desempenhar um papel fundamental para transformar desafios em oportunidades.

Segundo, o COI, as principais tendências incluem:

– a necessidade de uma maior solidariedade dentro e entre as sociedades;

– o crescimento da digitalização, embora tendo em mente a necessidade de expandir a capacidade digital a quem tem carências nessa área;

– a urgência de alcançar um desenvolvimento sustentável;

– a crescente demanda pela credibilidade, tanto de organizações como de instituições; e

– a necessidade de construir resiliência face às consequências financeiras e económicas que resultarão da pandemia Covid-19 e que influenciarão a definição de prioridades entre governos e empresas.

As quinze recomendações, que foram inspiradas nestas tendências, são:

– Fortalecer a singularidade e universalidade dos Jogos Olímpicos

– Promover Jogos Olímpicos sustentáveis

– Reforçar os direitos e responsabilidades dos atletas

– Continuar a atrair os melhores atletas

– Fortalecer ainda mais o desporto seguro e a protecção de atletas limpos

– Melhorar e promover o Caminho até aos Jogos Olímpicos

– Coordenar a harmonização do calendário desportivo

– Aumentar o envolvimento digital com as pessoas

– Incentivar o desenvolvimento de desportos virtuais e envolver ainda mais as comunidades dos videojogos

– Fortalecer o papel do desporto como uma alavanca importante para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

– Fortalecer o apoio aos refugiados e populações afectadas pelas migrações

– Alcançar além da comunidade olímpica

– Continuar a liderar pelo exemplo em cidadania corporativa

– Fortalecer o Movimento Olímpico através da boa governança

– Inovar nos modelos de geração de receita

A CE do COI concluiu que oitenta e oito por cento das recomendações da Agenda 2020 já foram alcançadas, o que representa um ligeiro aumento em relação a Dezembro, quando a CE determinou que esse valor estava nos oitenta e cinco por cento.

Neste conjunto de “guide lines”, com as quais a maior parte, senão a maioria, concordarão, duas reportam-se a “aumentar o envolvimento digital com as pessoas” e “incentivar o desenvolvimento de desportos virtuais e envolver ainda mais as comunidades dos videojogos”.

E aqui parece existir um contra-senso, não tanto em relação à primeira – o futuro é e será cada vez mais ligado ao digital – mas a segunda coloca-nos, a todos nós, a questão do aumento do sedentarismo por força de um maior envolvimento das comunidades nos videojogos.

Contra senso porque é o oposto à necessidade de uma maior actividade física – cada vez mais recomendada pela Organização Mundial da Saúde – porquanto vai colocar os “atletas” sentados nos cadeirões colocados em qualquer sítio.

Haja bom senso, que bem se precisa, tendo em conta que – segundo a mesma Organização – o Covid poderá deixar marcas para toda a vida no que respeita a várias funções do corpo humano, limitando-o, não se conhecendo ainda, na plenitude actual e especificamente, o efeito que as alterações climáticas também poderão fazer nos seres humanos.

 

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