Depois de um brilhantismo “à campeão” com que enfrentou todos os jogos até este “malfadado” domingo, Portugal sofreu a segunda derrota (32-23) no mundial de Andebol, desta vez ante a forte formação da França, no Egipto, e viu o sinal “stop” pela frente.
Com este resultado (desfavorável), os “Heróis do Mar” foram obrigados a refrear “o optimismo” que Paulo Pereira, o seleccionador nacional, sempre referiu ao longo de cada dia, como uma forma de incentivo psicológico para as grandes tarefas que havia que vencer neste caminho do Main Round, mas cujo “arcaboiço” dos atletas acabou como que “ruir” precisamente na última partida desta fase, onde bastava o empate para poder seguir até aos quartos-de-final.
Tudo tem uma explicação e o estado de espirito desta noite não conseguiu render o que rendeu nas outras partidas, algumas delas ganhas com alguma felicidade que, afinal, também faz parte do “portfólio” dos grandes campeões.
E Portugal, depois do 6º lugar alcançado no último europeu, por certo que entrou para o “top ten” mundial, aguardando-se que não “desacelere” para conquistar a presença no europeu de 2022, cuja fase de apuramento se encontra em vigor.
Quanto ao jogo frente aos franceses, o primeiro golo da partida pertenceu a Portugal, mas a resposta francesa chegou em dose dupla com a reviravolta (1-2) a aparecer pouco depois, descontraindo o sistema defensivo 6×0 da armada lusa. Quando o placard registava um empate a dois golos, Alexis Borges e Timothey N’Guessan eram os únicos nomes na lista de marcadores. Nos minutos que se seguiram, a liderança do marcador foi sendo alternada, no entanto, até perto dos 10 minutos, um parcial de 0-3 dos gauleses, beneficiando dos consecutivos ataques falhados por parte dos Heróis do Mar, colocou a França a vencer por três golos à maior (3-6). Os gauleses foram segurando a vantagem de três golos até aos 17 minutos, altura em que ficou a vencer, pela primeira vez, por quatro golos (7-11), mostrando um índice de eficácia superior a Portugal.
No momento mais positivo da selecção nacional, a todos os níveis, um parcial de 3-0 encurtou a diferença para a margem mínima (11-12), que mostrava a vontade portuguesa de conquistar uma vitória. Mas na recta final da primeira parte, a França voltou à carga e acabou mesmo por sair para o intervalo na frente por 12-16, confirmando os “altos e baixos” da formação lusa.
Nos primeiros dez minutos da segunda parte, a vontade de Portugal esbarrou nos postes por diversas vezes, o que permitiu aos franceses continuarem com quatro golos de vantagem, num período em que Paulo Pereira apostou no sistema 7×6.
A França estava melhor e chegou mesmo aos cinco golos à maior, a vantagem mais dilatada até então, levando o seleccionador nacional a pedir time-out (o que mão se verificou nos jogos anteriores), numa tentativa de levantar a moral dos Heróis do Mar, que demonstravam pouca eficácia nos processes ofensivos e defensivos.
Tal não se verificou e Portugal sofreu oito golos e marcou apenas um, permitido aos franceses alcançar uma liderança de 10 golos, sentenciando o desfecho do jogo, com os Heróis do Mar a demonstrarem pouca inspiração, quando o relógio marcava 50 minutos.
Miguel Martins foi o melhor marcador de Portugal, com seis golos, e uma percentagem de 60% de eficácia, somando ainda duas assistências. Já André Gomes foi considerado o MVP, cuja eficácia foi de 57%, resultado de quatro golos em sete remates efectuados.
O jogo terminou com uma vitória da França por 32-23, confirmando o primeiro lugar no Grupo III do Main Round, com 10 pontos, seguido da Noruega, com 8, e Portugal no 3º, com 6.
Os quartos-de-final vão decorrer no dia 27 (quarta-feira), com a Dinamarca a defrontar o Egipto; a Suécia a jogar frente à Argentina; a Hungria a debater-se com a Noruega; e a França a haver-se com a Espanha.