A selecção nacional regressou aos triunfos no Main Round e “enviou” a Suíça para casa” – no que aos quartos-de-finais diz respeito – porquanto os Heróis do Mar venceram 33-29 no jogo efectuado esta sexta-feira.
Portugal voltou às vitórias no IHF World Championship 2021, desta vez diante da Suíça por 29-33,
Em mais um grande jogo de andebol na prova, os “Heróis” estão cada vez mais “Heróis” e, apesar do “susto” ante a Noruega, estão a recuperar a mente para que é preciso vencer todos os jogos e, quem sabe, até ao último encontro, onde se discutirá o título mundial que, a concretizar-se, será o mais importante e brilhante da história do Andebol português (e mundial) e também dos desportos colectivos em Portugal, porque isso acontecerá pela primeira vez a este nível.
Portugal entrou muito bem no jogo, ao concretizar um parcial de 0-2 mas uma série de ataques falhados – com os postes em destaque – fizeram com que a Suíça chegasse ao empate a três golos, pouco tempo depois.
A Selecção Nacional foi segurando a vantagem mas os suíços não descolavam do resultado, com Andy Schmid como principal responsável, que somava quatro dos seis golos, todos de livre de 7 metros, perto dos 12 minutos. A meio da primeira parte, as duas equipas encontravam-se empatadas a nove golos e com um denominador comum: as combinações com os pivôs, que funcionavam na perfeição.
Num jogo marcado por um tremendo equilíbrio, António Areia apontou o 10-12, aos 20 minutos, numa vantagem de dois golos para Portugal que não chegava desde o 1-3. A pouco mais de cinco minutos do fim da primeira parte, os Heróis do Mar alcançaram, de forma inédita, três golos à maior, numa fase de resiliência do lado de Portugal, que acabou por sair para o descanso com uma vantagem de dois golos (15-17).
A segunda parte arrancou a todo o gás para, para um e para outro lado, e com uma defesa de Humberto Gomes, que rendeu Alfredo Quintana, e em seis minutos, Portugal teve a motivação necessária para chegar aos quatro golos de vantagem (18-22), por Fábio Magalhães.
A Suíça respondeu através da utilização de um sistema 7×6, bem executado, à semelhança daquilo que Portugal já habituou os adeptos do Andebol, encurtando até à margem mínima (23-24), aos 40 minutos.
Mais uma vez, Humberto Gomes foi decisivo com várias intervenções de qualidade e no momento certo, permitindo a Portugal voltar aos quatro golos à maior (24-28), e com Vitor Iturriza em tarde inspirada. À medida que o jogo caminhava para o final, Portugal começou a sentir dificuldades e foi perdendo a vantagem até que, aos 55 minutos, a Suíça reduziu para um golo, através de mais uma combinação com o pivô (27-28).
Após um livre de 7 metros falhado por Pedro Portela, os helvéticos falharam também a possibilidade de chegar ao empate a 30 golos e, partir desse momento, a vitória já não fugiu aos Heróis do Mar, por 29-33.
Vitor Iturriza foi eleito o Melhor Jogador da partida, de Portugal, num jogo marcado pela eficácia, luta e sacrifício até ao final e que lhe valeu também o estatuto de Melhor Marcador português, com sete golos apontados. De fora desta partida ficaram Leonel Fernandes, Gustavo Capdeville, Diogo Silva e Luís Frade.
Paulo Pereira, seleccionador nacional, referiu que “para nós, foi um jogo excepcional, aguentámos, tivemos muita paciência e acabámos por vencer. Utilizámos bastantes jogadores, queremos ter mais gente envolvida, mais gente pronta a vencer. Desde o início, que nos começámos a preparar para o Campeonato do Mundo, decidimos que não íamos ser realistas, porque num país com 10 milhões de pessoas, em que, comparativamente, com outros países têm poucos praticantes, temos que não o ser e sempre dissemos que queríamos ficar nos oito primeiros, se conseguimos passar essa barreira, lutaremos por uma medalha.”
Na classificação, a França – que venceu esta sexta-feira a Islândia (28-26 com 16-14 ao intervalo) – continua no comando (8 pontos) deste grupo III, seguindo-se Portugal (6) e Noruega (4), com os franceses e os portugueses a um jogo de serem apurados para os quartos-de-final, com os “Heróis do Mar” a defrontar precisamente o líder, num jogo decisivo, face à proximidade dos noruegueses, que jogam frente à Islândia, mas com Portugal a ter a vantagem de fechar no último jogo, sabendo como estará a classificação nessa altura.