Num jogo de “loucos”, em que todos os pormenores têm que encaixar na perfeição, os “Heróis do Mar” não aguentaram a turbulência final e acabaram sofrer a primeira derrota (28-29), frente à forte Noruega, na estreia no Main Round, apesar da exibição de luxo do guardião Humberto Gomes.
FPA
No primeiro jogo desta segunda ronda – em que os dois primeiros de cada grupo são apurados para os quartos-de-final – Portugal perdeu pela margem mínima ante os noruegueses, num jogo intenso do início ao fim e no qual a Selecção Nacional jogou de igual para igual diante da formação nórdica. Apesar do desaire, o apuramento para a fase seguinte do Mundial 2021 ainda é um objectivo possível de ser alcançado.
Portugal entrou a perder mas, após quase três minutos sem golos, chegou a reviravolta através de Alfredo Quintana, de baliza a baliza, depois de uma grande intervenção, a sua primeira na partida. Seguiu-se um período de muito equilíbrio e no qual a liderança do marcador foi sendo alternada até perto da metade do primeiro tempo, altura em que a Noruega chegou à primeira vantagem de dois golos (8-6).
Os Heróis do Mar não baixaram os braços nesse momento e, aproveitando os remates falhados do adversário, repuseram a igualdade pela mão de Miguel Martins (8-8). Mas a boa prestação defensiva da Noruega voltou a ter um papel fundamental para que o adversário construísse uma inédita vantagem de três golos, a quatro minutos do intervalo, ao 9-12. A resposta lusa chegou da mesma forma, com um parcial de 3-0, chegando ao empate a 12 golos e demonstrando que Portugal tem argumentos para defrontar “olhos nos olhos” qualquer adversário. Num momento de distracção da equipa nacional, os noruegueses aproveitaram para marcar dois golos seguidos, saindo para o descanso a vencer por 14-16.
Apesar da aproximação no resultado, no reatar da partida, Portugal foi surpreendido com uma entrada forte da Noruega, que chegou aos quatro golos de vantagem aos 36 minutos (17-21), o que parece ter sido uma “desconcentração” generalizada na equipa portuguesa.
O jogo parecia controlado pelo adversário mas a equipa nacional voltou a mostrar que queria seguir em frente no Mundial, tendo reduzo até à margem mínima (23-24), por Fábio Magalhães. Humberto Gomes entrou na metade do segundo tempo e protagonizou cinco defesas consecutivas, e no ataque, os Heróis do Mar tardaram mas conseguiram chegar ao empate a 26 golos, uma fase muito positiva e, pouco depois, à liderança do resultado, a cinco minutos do final. A ponta final do encontro foi jogada a um nível intenso e, sensivelmente a três minutos do apito final, Portugal não conseguiu segurar a vantagem e permitiu ao adversário recuperar e garantir um triunfo soado, por 28-29, garantido apenas no último segundo com um remate falhado dos Heróis do Mar.
Os jogos só acabam quando o tempo regulamentar se esgota e qualquer movimento, minimamente “fora de controlo”, pode dar a vantagem a quem a mais procura e, também, a quem melhor defende.
Miguel Martins e Pedro Portela assumiram-se como os melhores marcadores da partida, com cinco golos apontados cada; Já a Humberto Gomes foi atribuído o prémio de MVP, depois de uma prestação impressionante do guardião de 43 anos, que entrou na segunda parte e somou uma percentagem de defesas de 60%.
Com esta derrota, a França (venceu a Argélia por 29-16) mantém a liderança no grupo 3 com 6 pontos, seguido de Portugal (4), Noruega (4), Islândia (que perdeu com a Suíça por 20-18), ambos com 2 pontos e, em último, a Argélia (0).
Na próxima sexta-feira, Portugal defronta a Suíça (16h30 locais), com a Noruega a jogar frente à Argélia e a Islândia a bater-se com a França, noutra ronda em que Portugal tem mais uma oportunidade para caminhar para os quartos-de-final, batendo os suíços.
