Tendo começado esta fase final do Mundial como que a “voar para as estrelas”, a selecção portuguesa de Andebol, vencendo (este sábado) a equipa de Marrocos (33-20), conquistou, desde já, o direito a estar na segunda fase, a chamada “Main Round” do Mundial de Andebol que decorre no Egipto.
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Apesar de a diferença de golos poder transmitir um triunfo fácil, a verdade é que isso não traduz um triunfo facilitado, principalmente na primeira parte, período em que os Heróis do Mar estiveram praticamente todo o tempo em desvantagem. No segundo tempo, o filme do jogo foi completamente diferente, e Portugal “acordou” a tempo de construir uma vitória consistente, a segunda nesta competição.
A selecção marroquina entrou a vencer e em cima dos seis minutos de jogo apontou um parcial de 3-0 e conquistou a primeira vantagem de três golos do encontro (4-1), num período marcado por algum desconcerto de Portugal e por várias intervenções vistosas dos guarda-redes das duas formações – Yassine Idrissi e Humberto Gomes, titular pela primeira vez nesta edição do IHF World Championship 2021.
Após 11 minutos decorridos, Marrocos vencia por 6-2 com o guardião adversário a afirmar-se como a figura do encontro até então. Na metade da primeira parte, Gilberto Duarte reduziu para 7-4, naquele que foi o primeiro golo numa grande competição sénior para o lateral português de 30 anos.
A Selecção Nacional sofreu alguns golos na sequência de erros ofensivos e pelo facto de Paulo Pereira prescindir do guarda-redes, tornou algo facilitada a tarefa do adversário no capítulo da finalização, que a dez minutos do final do primeiro tempo vencia por 9-4. Miguel Martins manteve o bom nível que tinha demonstrado no jogo inaugural, frente à Islândia, e foi um dos principais inconformados, tendo apoiado metade dos golos portugueses quando o resultado apontava 9-6. A menos de dois minutos do descanso, Pedro Portela reduziu para 11-10 dando a melhor contribuição à recuperação lusa e, pouco depois, chegava o empate a 11 golos. Houve ainda tempo para as duas equipas marcarem um golo cada e chegarem ao 12-12 no final da primeira parte.
No reatar da partida, Portugal justificou o favoritismo e arrancou com um parcial de 0-2, apoiado em mais uma defesa de Humberto Gomes, e após cinco minutos o resultado estava já revertido e fixado os 13-16. Sem abrandar o ritmo, os Heróis do Mar foram construindo uma vantagem sólida, que aos 40 minutos era já de sete golos (13-20), na fase mais positiva de Portugal em todo o encontro. A partir daí o rendimento português foi subindo – ainda mais – a todos níveis e a diferença tomou proporções de goleada, com Portugal a chegar aos 10 golos à maior (13-23) perto da metade da segunda parte.
Até ao final, os comandados de Paulo Pereira limitaram-se a gerir a vantagem que, à medida que o jogo caminhava para o fim, apontava mais certezas quanto ao apuramento da Selecção Nacional para a Main Round, que acabou por acontecer, de forma contundente. No capítulo defensivo, os processos funcionaram na perfeição, especialmente o bloco e, de forma inerente, o contra ataque correspondeu como se pedia.
Pedro Portela conquistou o prémio de MVP da partida, depois de uma prestação de encher o olho, afirmando-se também como o melhor marcador da vitória lusa, com nove golos apontados. Nesta partida, Paulo Pereira aproveitou para fazer alguma gestão, desde logo a inclusão do guardião de 43 anos, Humberto Gomes, que deixou uma grande imagem nesta partida de estreia na competição, bem como a convocatória de Diogo Silva que realizou o primeiro jogo neste Mundial. De fora ficaram Alexis Borges, João Ferraz, Gustavo Capdeville e Alexandre Cavalcanti.
O seleccionador nacional, no final do encontro, referiu que “estou muito feliz, especialmente com o resultado, não começámos bem mas conseguimos resolver o problema e lutámos até ao final. Temos mais um jogo com a Argélia, que é muito importante, porque nos ajuda a levar quatro pontos para a frase seguinte. Toda a gente no mundo tem um sonho, nós também temos, o primeiro é chegar às 8 melhores equipas do Mundo e, se conseguirmos chegar às meias-finais, acreditamos que pouco a pouco é possível. Tentaremos fazer toda a competição a alto nível, passo a passo e sonhando até ao final.”
No outro jogo do grupo, também realizado este sábado, a Islândia venceu (39-24) a selecção da Argélia e juntou-se a Portugal no comando do grupo F, ambas com 4 pontos (as duas já apuradas para a Main Round), seguida da Argélia (2 pontos) e de Marrocos (0).
Os últimos jogos desta fase efectuam-se na segunda-feira, com Portugal a defrontar (17h) a Argélia (RTP 2 em directo), enquanto a Islândia “bate a bola” com Marrocos.
No âmbito dos países lusófonos, Cabo Verde (grupo A) perdeu (27-34) com a Hungria; o Brasil empatou (29-29) com a Espanha (grupo B) e Angola perdeu (25-30) frente ao Catar (grupo C).
Acrescente-se, ainda, que os três primeiros classificados de cada grupo nesta fase ficam apuradas para a “Main Round” e os últimos seguirão para a “Presidente Club” (que respeita à definição dos últimos classificados).
