A grande festa da lusofonia
É bom que se diga mas, mais importante, que se faça e bem. Sabe-se que uma convivência de mais de meio século dita muitas regras. Melhor, não se perdem de um dia para outro.
Daí que se deseje, no calor da competição, um sublime estado de amizade e de confraternização entre povos que falam a mesma língua. Esta é a grande essência deste encontro de desportistas de oito países que se entendem da mesma forma há séculos. Não só pela identidade da língua mas também pelos usos e costumes que foram fazendo lei ao longo de todo esse maravilhoso tempo, com predominância para todos aqueles que tiveram a oportunidade e a felicidade de viver e conviver durante vários anos em terras africanas ou asiáticas, como é o caso de Timor Leste.
Vinte anos depois, Portugal volta a organizar os Jogos Desportivos da CPLP, no que será a oitava edição e que vão decorrer em Mafra, entre 6 e 15 de Julho próximo. As delegações chegam nos dias 5 e 6 e neste dia terá início a competição de basquetebol que teve de ser antecipada de um dia por via de compromissos da selecção portuguesa.
Esta e outras informações foram esta quarta-feira divulgadas pela Confederação do Desporto de Portugal num encontro com a comunicação social, a um mês do início da competição.
Dos oito países presentes (Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), seis vão apresentar-se em todas as modalidades do programa (Andebol, Atletismo, Atletismo para cidadãos portadores de deficiência, Basquetebol, Futebol, Ténis e Voleibol de Praia), sendo que Timor-leste, por questões que se percebem, só estará no torneio de futebol.
Para Carlos Cardoso, presidente da Confederação, entidade responsável pela organização do evento, “acredito que tudo está a seguir os procedimentos indispensáveis e que no tempo certo tudo estará preparado para o início da competição”.
De acordo com os dados divulgados mais de um milhar de pessoas vão estar em Mafra, de acordo com as previsões, sendo que Angola, Brasil, Guiné-Bissau e Moçambique, além de Portugal, apresentam as maiores representações (113 e 110 para Portugal), São Tomé e Príncipe estará com 96, Cabo Verde com 51 e Timor-leste 32, que totalizam 1.036.
O calendário também está elaborado (o dia 11 será de folga geral), faltando apenas fazer os sorteios, o que se verificará, em princípio, na presença de todas a delegações e mais perto do início destes jogos.
Carlos Cardoso aproveitou ainda para afirmar que “estes jogos têm uma importância política e social que transcende o desportivo. Queremos, por isso, que os Jogos corram bem desportivamente, mas temos o objectivo de os transformar numa grande festa da lusofonia”, tendo aproveitado para destacar ainda o excelente apoio prestado pela Câmara Municipal de Mafra, sede dos jogos.
Estes jogos deveriam ter lugar em São Tomé e Príncipe, mas este país, há dois anos, em Moçambique, pediu escusa por dificuldades incontornáveis, o que levou o governo português da altura a aceitar a responsabilidade de os organizar.
Para além do apoio da Câmara Municipal de Mafra e do Estado, o evento tem ainda a ajuda da SPORT ZONE e da Central de Cervejas, com a água do Luso.
