Segundo a comunicação veiculada pela instituição, o Comité Olímpico de Portugal recebeu, esta segunda-feira, o Alto-comissário da Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que está de visita a Portugal.
Filippo Grandi fez questão de se encontrar com os jovens atletas refugiados Dorian Keletela (Atletismo) e Farid Walizadeh (Boxe), acolhidos em Portugal e que se encontram em preparação para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, apoiados pelo COP no âmbito do seu Programa “Viver o Desporto – Abraçar o Futuro”, com o objectivo de integrarem a Equipa Olímpica de Refugiados (EOR).
Filippo Grandi caracterizou como “experiência formidável” o trabalho desenvolvido com o Comité Olímpico Internacional para formar a primeira EOR que participou nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio.
A propósito, salientou que “muitos jovens quiseram começar a fazer desporto a partir desse exemplo. A mensagem que queremos passar é que este é um modelo para inspirar mais jovens”, tendo agradecido ao COP com um “muito obrigado por aquilo que fazem pelos atletas.” Filippo Grandi reputou ainda o Programa “Viver o Desporto – Abraçar o Futuro” de “formidável.”
José Manuel Constantino, presidente do COP, referiu que “também para a organização que lidera esta é uma experiência muito interessante.”
Em conversa com Filippo Grandi, o atleta Farid Walizadeh considerou Portugal a sua “segunda casa”, onde lhe é possível desenvolver “o sonho de chegar aos Jogos Olímpicos.”
Já Dorian Keletela sublinhou o agradecimento a Portugal, por ter ajudado na sua educação e na aprendizagem da língua, tendo referido que “o desporto ajudou-me muito na minha integração. O desporto é como uma família, fez-me melhor pessoa.”
Filippo Grandi interessou-se igualmente pelo papel desempenhado por Farid Walizadeh e Dorian Keletela na integração de refugiados que têm chegado a Portugal ao afirmar que “as vossas histórias são histórias muito bonitas. O vosso exemplo é importante para todos, não apenas para os refugiados.”
Dirigindo-se a Farid Walizadeh e Dorian Keletela, José Manuel Constantino disse-lhes que a visita de Filippo Grandi se trata do “reconhecimento do trabalho do COP, mas também do vosso exemplo, e é com ele que queremos continuar a trabalhar”, no sentido de que mais jovens possam ser acolhidos e integrados na sociedade portuguesa.
É mais um testemunho, de relevo, do que Portugal tem feito pela integração dos jovens refugiados, para o caso através do desporto, confirmando, por outro lado, que o nosso país prefigura o que muitos mais deveriam fazer.