Quarta-feira 23 de Novembro de 9904

Tribunal Federal Suíço a favor do tricampeão olímpico Sun Yang em caso de dopagem

De acordo com a informação veiculada pela Agência Mundial Antidopagem (WADA na sigla inglesa), o Tribunal Federal Suíço revogou a sanção aplicada, pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), ao nadador tricampeão olímpico Sun Yang (China, a quem tinha imposto uma suspensão de oito anos.

DR / FINA

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Com esta decisão, o Tribunal Federal Suíço confirmou o recurso de Sun Yang e reencaminhou o processo de volta ao TAS para reanálise de todos os procedimentos processuais descritos pelos médicos nomeados para recolherem as amostras orgânicas indispensáveis.

Recorde-se que o TAS tinha aplicado, em Fevereiro passado, uma suspensão de oito anos, considerando que o desportista em causa recusou cooperar com os elementos da brigada antidopagem escalada para o efeito quando, em Setembro de 2018, foi visitado em casa.

Segundo consta da decisão do TAS, um membro da sua família partiu o frasco destinado com a amostra de sangue, com o uso de um martelo, invalidando a acção, segundo o que determinam os regulamentos da WADA.

Ainda assim, Yang recorreu para um Tribunal fora do contexto do desporto, o qual o ilibou da acusação.

Uma investigação subsequente pela Federação Internacional de Natação (FINA) terminou com Sun a receber apenas uma advertência, mas a WADA apelou dessa sanção ao TAS.

Sun, por sua vez, apelou da decisão do TAS ao tribunal suíço, que informou à WADA na quarta-feira que havia sustentado uma contestação contra o presidente do Painel do TAS.

Expressamente, a WADA divulgou que “a Agência Mundial Antidopagem (WADA) foi informada da decisão do Tribunal Federal Suíço de manter o pedido de revisão apresentado pelo nadador chinês Sun Yang e anular a sentença de 28 de Fevereiro de 2020 do TAS. O caso é em relação ao recurso bem-sucedido da WADA contra a decisão do painel disciplinar original da Fédération Internationale de Natation (FINA) após um incidente que levou a um controle de doping envolvendo Sun Yang não sendo concluído como planeado.

“A decisão do Tribunal Federal Suíço sustenta uma contestação contra o Presidente do Painel do TAS e não faz comentários sobre o conteúdo deste caso.

“Na decisão do TAS, a WADA prevaleceu claramente sobre a substância do caso, pois foi capaz de mostrar que havia uma série de aspectos da decisão original da FINA que estavam incorrectos de acordo com o Código Mundial Antidopagem e o Padrão Internacional para Testes, relacionando e investigações. A WADA tomará medidas para apresentar o caso de forma robusta novamente quando o assunto retornar ao Painel do TAS, que será presidido por um presidente diferente.

“Até agora, a WADA não recebeu a decisão fundamentada do Tribunal e, portanto, não pode comentar mais”.

De acordo com o New York Times – adiantou a AIPS (Associação Internacional de Imprensa Desportiva) – os advogados da Sun argumentaram com sucesso perante o tribunal que o presidente do painel do TAS, o italiano Franco Frattini, fez comentários públicos que expressavam sentimentos anti-chineses.

A decisão do tribunal suíço significa que Sun está livre para competir até que seu caso seja ouvido novamente, pelo que espera defender o seu título de 200 milhões nos Jogos Olímpicos de Tóquio no próximo ano.

Sun negou sempre qualquer irregularidade, alegando que os funcionários que chegaram para testá-lo em casa na noite de 4 para 5 de Setembro de 2018 não estavam devidamente credenciados ou qualificados.

Numa rara audiência pública do TAS em Novembro de 2019, foram apresentadas evidências de como um segurança instruído pela mãe de Sun usou um martelo para quebrar o frasco. A audiência de 10 horas, transmitida no site do tribunal, foi prejudicada por problemas de tradução, enquanto o undécimo campeão mundial “jurou” inocência. Sun Yang (29 anos), uma figura controversa na natação, cumpriu uma suspensão de doping de três meses em 2014.

No Campeonato Mundial FINA de 2019, dois competidores, o australiano Mack Horton e o britânico Duncan Scott, recusaram-se a ficar com ele no pódio de medalhas.

Entretanto, numa pesquisa feita, esta segunda-feira, ao site da Athletics Integrity Unit (Unidade de Integridade do Atletismo), descobriu-se que Sergei Nikolaevich Portugalov (sem referência à nacionalidade) foi suspenso pela WADA com uma pena “para toda a vida”, considerando que foi apanhado na posse de substâncias dopantes e métodos proibidos, as quais traficava, ao ponto de os utilizar noutros atletas, considerando ser um membro do staff e não atleta.

Saliente-se, por curiosidade, o apelido do cidadão agora banido da actividade ilícita que fazia, que poderá ser um “artifício” e não um apelido legal, porquanto parece ser a primeira vez que isto aconteceu.

Por outro lado, o velocista de Granada, Bralon Taplin (28 anos), suspenso por quatro anos em 13 de Abril de 2019, por ter dado positivo num teste em competição no seu país, viu a sanção ser aumentada por mais três anos, segundo decisão tomada pela Athletics Integrity Unit, por não ter indicado a sua localização de residência. Ficou suspenso até Setembro de 2026.

No sector feminino, a atleta russa Kseniya Savina (31 anos) e corredora de 800 metros, foi suspensa com 12 anos de inelegibilidade, por utilização de EPO num controlo feito fora de competição, tendo ficado fora das competições até 5 de Maio de 2031.

Noutra latitude, a nigeriana Lawal Rashidat (23 anos), do sector de velocidade, foi suspensa por 4 anos (até 10 de Maio de 2021) por uso da substância proibida Metenolone, num teste em competição, em Baku (Azerbaijão).

A sul-africana Mathidi Rofhiwa, por seu lado, foi sancionada com 3 anos e 9 meses (suspensa até 9 de Fevereiro de 2023) por ter recusado e faltado a um controlo fora de competição, em Joanesburgo.

Alguns dos exemplos “activos” da lista emitida pela Athletics Integrity Unit (AIU) de mais de seis centenas de atletas e outros que se encontram suspensos, entre os quais se encontram alguns portugueses.

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