Domingo 24 de Novembro de 5619

Transformar o árbitro num gestor de informação

“Do conhecimento ao contexto – qual a melhor decisão?” foi o objecto da palestra proferida por Bruno Travassos – elemento que integra Comissão de Arbitragem e Ajuizamento Desportivo (CAAD), do Comité Olímpico de Portugal – no Webinar intitulado “A tomada de decisão na arbitragem”.

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Realizada através da plataforma Zoom, com transmissão via Facebook para uma audiência de cerca de duas centenas de participantes, o Docente na Universidade da Beira Interior (UBI) lançou, na abertura da palestra, moderada por Nuno Castro, da CAAD, as exigências iniciais que se colocam a um aspirante a fazer carreira na arbitragem.

“Ser árbitro – o que é que eu tenho de fazer? Conhecer as leis do jogo. Ter a capacidade de as verbalizar. Depois da perspectiva regulamentar, que exigências físicas se colocam ao árbitro? O árbitro tem de ser um atleta na perspectiva da exigência da tarefa.”

Bruno Travassos introduziu uma questão tantas vezes colocada a quem assiste ao jogo: “Como é que há decisões completamente contrárias” em relação a uma mesma situação? E deu a resposta: “Porque os contextos são diferentes. Existe a necessidade do árbitro adequar a situação às leis do jogo.”

Para compreender o desempenho do árbitro, o docente da UBI lembrou que “cada árbitro é um árbitro e as suas capacidades dependem do seu contexto.” Mais, “também temos de perceber que o árbitro tem as suas vivências desportivas, o seu clube.”

Bruno Travassos defendeu que a experiência visual pode fazer a diferença na qualidade do trabalho do árbitro. “Quem vê mais jogos é melhor árbitro”, daí que “o factor relevante a tomar em conta no futuro seja a informação. Que informação suporta a decisão? Que informação é que nós precisamos de ter que suporte a nossa acção?”, questionou.

“Os melhores árbitros tendem a estar mais longe das faltas”, logo, “o árbitro tem de criar o contexto para tomar a melhor decisão, tem conhecer muito bem a tarefa do jogo, tem de perceber o jogo.”

A questão “como treinar?” dominou a conclusão da palestra de Bruno Travassos. “O árbitro tem de saber das leis do jogo, tem de estar bem fisicamente e tem de saber posicionar-se, sobretudo em função da posição da bola.”

E concluiu: “Temos de passar de uma lógica do conhecimento para uma lógica de gestão da informação, transformar o árbitro num gestor da informação do que se está a passar no jogo.”

“Ir procurar as informações para além do óbvio” faz os árbitros de excelência, resumiu Bruno Travassos.

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