Trabalhando sem olhar a esforços, mais ou menos “pesados” – consoante as dificuldades de cada etapa – que o campeão João Almeida continue a manter a camisola Rosa até final do Giro d’Itália, porque bem merece conquistar a vitória.
Estes são os votos que muitos – e não só portugueses – milhares de cidadãos da grande parte da família do ciclismo mundial, por certo, estão a fazer para que este jovem (22 anos) consiga, grão a grão, chegar no cume deste exigente competição internacional, face ao currículo que tem “amealhado” ao longo das 17 etapas já concluídas, 15 das quais com a camisola de líder (esta quinta-feira será a 16ª vez), o que só se consegue com muito trabalho, aliás como tem demonstrado. Pelo que até apetece dizer para continuar a brindar no final de cada etapa e quando sobe ao palco para brindar a mais um dia de Rosa, símbolo de guia.
Nesta quarta-feira, numa das mais difíceis etapas – com três contagens de montanha de primeira categoria e uma de terceira – na ligação entre Bassano del Guappa e Madonna di Campiglio (203 km), Oliveira voltou a demonstrar como se corre “à campeão”, controlando todos os adversários que estão por perto e mando-os “à distância”, se não for mais pelo menos pelo avanço que ainda tem tido, com o maior perigo a chegar do holandês Wilco Kelderman, que está apenas a 17 segundos.
Enquanto os do meio do pelotão para baixo aproveitam para tentar ganhar lugares, o grupo do “top ten” continua coeso, com o 10º a estar a 4.26 de Almeida, na frente é o camisola Rosa que continua a mandar, com garbo, bem como a sua equipa (Deceuninck-Quick-Step), que o ajuda a tentar que o jovem português se mantêm no primeiro lugar do pódio.
João Almeida foi 15º, a 5m11s do vencedor, enquanto Rubem Guerreiro, que esta quarta-feira voltou a liderar o prémio da montanha, acabou no 66º posto, a 20m10s, o que se justifica pelo trabalho que teve em passar em primeiro em duas montanhas, que o levou ao topo da classificação.
O vencedor foi o australiano Ben O’Connor (NTT Pro Cycling) – que na véspera tinha sido segundo – com o tempo de 5h50m59s, à média de 34,703 km/h, à frente do austríaco Hermann Persteiner (Barhain-McLaren), a 31 segundos, com a terceira posição a pertencer ao belga Thomas de Gendt (Lotto Saudal), com mais 1m10s. Lugares seguintes para o russo Ilnur Zakariu (CCC Team) e o suíço Kilian Frankiny (Groupama-FDJ), respectivamente a 1m13s e 5m11s.
No final da etapa, Almeida referiu que “foi uma etapa dura, com muitas subidas, em que a minha equipa foi perfeita uma vez mais.É lindo vestir a camisola Rosa mais um dia. A equipa da Sunweb tentou atacar na última subida mas senti-me bem e pude responder para não me surpreender, o que consegui”.
Na classificação geral, João Almeida soma agora 71h41m18s, continuando líder com 17 segundos de vantagem sobre o holandês Wilck Kelderman (Sunweb) e 2.58 sobre o australiano Jai Hindley (Sunweb), a 2.58. O norte-americano Tao Georghegan (Ineos Grenadiers) está a 2.59 e o espanhol Pello Bilbao (Barhain-McLaren) ficou a 3.12.
Rúben Guerreiro (EF Pro Cycling) encontra-se na 43ª posição, a 1h31m20s do seu compatriota e líder.
João Almeida, para além da camisola Rosa (que vai vestir pela 16ª vez na etapa desta quinta-feira) é detentor também da camisola Branca (Juventude), enquanto o francês Arnaud Démare (Groupama) lidera nos Pontos (221, contra 144 de Peter Sagan (Hansgrohe); de regresso ao topo, Rúben Guerreiro é o primeiro na Montanha (198 pontos contra 148 do italiano Visconti e a equipa do Ines Grenadiers comanda a classificação colectiva (197.05.24), seguindo-se a Deceuninck-Quick-Step (equipa de João Almeida) está a 21m33s.
A 18ª etapa inicia-se em Pinzollo e termina em Laghi di Concano, 207 km depois, com os ciclistas a terem que subir montanhas por cinco vezes.
A primeira ocorre aos 14 km (1ª categoria – 1.681 metros), a segunda está nos 65,9 km (1ª categoria – 1.704 metros), a terceira nos 169,4 km (1ª Especial – 2.578 metros), a quarta nos 198,4 km, de 1ª categoria (a 1.345 metros) e a 5ª e última no local da meta, no alto situado a 1.938 metros, aos 207 metros e também de 1ª categoria.
Vai ser outro dia para sofrer.