Controlos de dopagem inteligentes
A nova estratégia definida pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) para este ano de 2012 aponta para a realização de controlos de dopagem inteligentes e não para um maior número de acções porque “nem sempre mais é melhor”.
{jathumbnail off}Foi a frase que deu mote à intervenção de Luís Horta, presidente da ADOP, no decorrer da divulgação dos resultados do Plano Nacional Antidopagem relativo ao ano de 2011, que decorreu esta quinta-feira no Centro de Medicina Desportiva de Lisboa.
Na continuação da campanha iniciada em 2010, a que foi dado o nome de “Juntos será + fácil!”, Luís Horta passou em revista os dados mais importantes, dentro de um quadro padronizado, com um trabalho assente em mais de una dezena de anos e que tem merecido os maiores encómios não só da Comissão Europeia como também da AMA, onde Luís Horta é um dos “experts” mais experientes, motivo pelo qual nelas desempenhe várias tarefas, o que é excelente para Portugal.
Mais uma vitória de Portugal, neste âmbito, foi levar a AMA a incluir – por “pressão” de Portugal e do Brasil, em especial – a língua portuguesa no programa ADAMS, ligado ao sistema de localização dos atletas, o que facilita a vida a milhões de atletas no espaço de língua portuguesa.
Depois de em 2010 se ter atingido o recorde de amostras recolhidas (3.200), o ano passado esse número baixou, pese embora tenha aumentado o número de modalidades controladas (52), muito perto do que foi o máximo (2007). Fora de competição foram recolhidas 1.133 amostras das 3.200 realizadas no total das 52 modalidades abrangidas, entre recolha de urina e sangue.
Para detecção da Eritropoietina (EPO) foram feitas 227 amostras (apenas 89 em 2010) e respeitam apenas a sete modalidades (ciclismo (81), atletismo (71), futebol (46), na linha da frente), estando integrados no passaporte biológico 170 atletas (83 do ciclismo, 57 do atletismo e 22 do triatlo, com os maiores números), ao abrigo do qual já foi sancionado um atleta – Hélder Ornelas (Atletismo) – por se terem verificado discrepâncias nos parâmetros sanguíneos ao longo de um ano de estudo, levando a uma suspensão de quatro anos.
Um factor de receita significativo proveio de controlos (422) efectuados para instituições internacionais (FIFA, IAAF, UEFA, Judo, Natação, Triatlo, Remo, por exemplo).
Os casos positivos foram 43 (em 2010 foram 59), sendo 35 por utilização de substâncias proibidas e oito por outras violações, sendo de realçar que se verificaram apenas em 14 modalidades das 26 existentes em 2010.
Do quadro dos positivos, de salientar que o maior número pertenceu ao futebol (12), seguido do (Basquetebol (4) e Voleibol (3), sendo de salientar que o mais “atacado”, o ciclismo, não foi além de um caso positivo, o que confirma o excelente trabalho da federação comandada por Artur Lopes, para o caso com o apoio da Liberty Seguros.
Luís Horta teve oportunidade ainda de se debruçar sobre o sistema de localização do praticante desportivo, a campanha de informação e educação designada como “juntos será + fácil” e de concluir que o link da dopagem, integrado no site do Instituto Português do Desporto e Juventude, dispõe de todos estes dados agora divulgados.
Na intervenção tida neste acto, Alexandre Mestre, secretário de Estado do Desporto e Juventude, teve oportunidade de realçar o excelente trabalho que a ADOP tem feito e que vai continuar a fazer “porquanto se trata de um tema transversal a todo o desporto e há que não abrandar a luta contra a dopagem” frisando que “o governo vai entregar à Assembleia da República uma proposta de lei com vista a integrar as deficiências existentes na actual, que podia ter retirando a acreditação ao laboratório português”.
Pelo meio, Alexandre Mestre frisou que “nunca me esqueço de uma frase dita pelo anterior presidente do Comité Olímpico Internacional, o espanhol Juan António Samaranch, quando disse que o doping é o cancro do desporto” para acrescentar que “temos de continuar a pugnar por um desporto limpo e com saúde”.