No que foi a primeira vitória, nesta edição, do esloveno Jan Tratnik (Barhain-McLaren), João Almeida teve um final de etapa (16ª) – entre Udine e San Danielle del Friuli – de alto nível e somou mais dois segundos de vantagem para os restantes candidatos à vitória final, sprintando e deixando toda a gente “espantada”.
Depois das montanhas que estavam previstas, onde Ruben Guerreiro depressa se aventurou por aí acima – a ponto de ter recuperado alguns pontos ao líder deste prémio sem, contudo, o conseguir ultrapassar – João Almeida como que se juntou ao grupo da frente, tentando controlar os movimentos dos mais perigosos, o que conseguiu para, de surpresa e na subida que antecedeu a linha de chegada, dar uma sapatada forte, que ninguém estava à espera e que também ninguém não foi no seu encalço.
Amealhou dois segundos e, com isso, “defendeu” o seu lugar de líder, como prevenção para a etapa desta quarta-feira, que terá três montanhas de primeira categoria e uma de terceira, que poderá ter algumas – ou muitas – “ratoeiras”, provindas dos seus adversários mais próximos, no dia em que vestirá a camisola Rosa pelo 14º dia. Uma actuação de luxo.
O esloveno Jan Tratnik (Barhain – McLaren) venceu com o tempo de 6.04.36 – média de 37,685 km/h – com uma vantagem de sete segundos sobre o australiano Ben O’Connor (NTT Pro Cycling) e 1.14 sobre o terceiro, o italiano Enrico Battaglin (Barahin-McLaren).
O polaco Kamil Maleck (CCC Team) foi 4º e o britânico Bem Swift (Ineos Grenadiers) foi 5º, a 1.14.
Ruben Guerreiro (EF Pro Cycling) foi 27º, a 11.48 do vencedor, enquanto João Almeida (Deceuninck-Quick-Step) foi 28º, 12.54.
No final da etapa, João Almeida salientou que “às vezes a melhor defesa é o ataque. Daí que tivesse atacado na última oportunidade que tive para o fazer e consegui ainda ganhar dois segundos, o que foi bom”.
Na classificação geral, João Almeida soma agora 65h45m08s, continuando líder com 17 segundos de vantagem sobre o holandês Wilck Kelderman (Sunweb) e 2.58 sobre o australiano Jai Hindley (Sunweb), a 2.59. O norte-americano Tao Georghegan (Ineos Grenadiers) está a 2.59 e o espanhol Pello Bilbao (Barhain-McLaren) ficou a 3.12.
Rúben Guerreiro encontra-se na 38ª posição, a 1h16m21s do seu compatriota e líder.
João Almeida, para além da camisola Rosa (que vai vestir pela 14ª vez na etapa desta quarta-feira) é detentor também da camisola Branca (Juventude), enquanto o francês Arnaud Démare (Groupama) lidera a nos Pontos; o italiano Visconti (Vini Zabu) é o primeiro na Montanha e a equipa do Ines Grenadiers comanda a classificação colectiva (197.05.24), seguindo-se a Deceuninck-Quick-Step (equipa de João Almeida) está a 22m36segundos.
A 17ª etapa inicia-se em Bassano del Guappa e termina em Madonna di Campiglio 203 km depois, com os ciclistas a terem que subir montanhas por quatro vezes.
A primeira ocorre aos 61,2 km (1ª categoria – 1.782 metros), a segunda está nos 117,5 km (1ª categoria – 1.575 metros), a terceira nos 164,9 km (3ª categoria – 1020 metros) e a quarta nos 203 km – final da corrida – com 1.126 metros e também de 1ª categoria.
Vai ser um dia para sofrer.