João Almeida viu-se “grego” para chegar ao pico (1.290 metros) de Piancavallo na 15ª equipa, disputada este domingo, onde foi 4º classificado a 37 segundos (fora a bonificação do vencedor) e dos 56 que tinha de avanço sobre Wilco Keldermann passou a ter apenas 15, o que é muito pouco.
Com cinco montanhas para calcorrear, evidente se torna que todos os concorrentes sofreram bastante nos 185 km desta etapa, com quase cinco horas de prova, no que foi a entrada na semana final do Giro d’Italia.
E se tivermos presente que a etapa que se segue tem 229 km e seis prémios de montanha, prevê-se mais uma ronda de “arrasar” para ver quem vai conseguir “safar-se” da melhor forma. É que o peso das etapas começou a ser outro desafio para o corpo e na mente de toda a gente, pelo que é preciso “cabeça fria”.
Os altos e baixos provocaram “danos” directos em quase todos os concorrentes, incluindo a João Almeida que, por outro lado, beneficiou, com o 4º lugar conseguido neste domingo, ao aumentar a vantagem para o terceiro classificado para 3m10s, ainda, o que sabe bem e pode ajudar bastante.
O norte-americano Tao Geoghegar Hart (Ineos Grenadiers) é que tentou a sua sorte e saiu a “grande”, porquanto rolou os 185 km no tempo de 4h58m52s (média de 37,140 km/h) e conseguiu beneficiar de alguns segundos de bonificação, o que levou o holandês Wilco Heldermann (Team Sunweb), que ficou a 2 segundos do vencedor, a ficar apenas a 15 segundos do camisola Rosa, o que poderá trazer novas “leituras” a partir desta segunda-feira.
Com o terceiro lugar (a 4 segundos do primeiro) na etapa deste domingo, o australiano Jai Hindley (Sunweb) subiu do 10º lugar ao terceiro posto, ainda que a 2m56s de João Almeida, o mesmo sucedendo com o vencedor, que subiu do 11º ao quarto lugar da geral, a 2m57s, no que foram as grandes mexidas entre o “top ten”.
João Almeida (Deceuninck-Quick Step) foi o quarto a chegar, a 37 segundos, também isolado, enquanto o polaco Rafal Majka (Bora-Hansgrohe) chegou na quinta posição, a 1m22s do vencedor.
No final da etapa, João Almeida referiu à comunicação da organização que “foi uma etapa muito dura, em que a última subida foi demasiado forte para mim. Conheço o meu corpo e os meus limites logo que descolei da frente, mas estou feliz por poder manter a camisola Rosa e agradecer muito à minha equipa”.
Entretanto, Rui Guerreiro como que deu “o berro” ao ficar na 106ª posição, a 40m45s do vencedor da etapa, perdendo a camisola azul do prémio da Montanha e ficando agora no 38º lugar na geral, a 1h17m27s.
Completaram a etapa os 138 ciclistas que ainda estão em prova.
Na geral, João Almeida soma agora 59h27m38s, estando a 15 segundos do holandês Wilco Heldermann (team SunWeb); a 2m56s do australiano Jai Hindley (Team Sunweb); a 2m57s do norte-americano Tao Geoghegan Hart; a 3m10s do espanhol Pello Bilbao (Barhain McLaren) e a 3.18 do polaco Rafal Majka (Bora-Hangreshoe), na sexta posição.
As camisolas Rosa (Líder da geral) e Branca (primeiro na Juventude) continuam ainda “presas” ao corpo de João Almeida, se bem que a vantagem está a diminuir (15 segundos para Keldermann e três minutos de Jai Hindley, respectivamente).
Nos Pontos, o francês Arnaud Démare continua na frente e na Azul (Montanha), o novo líder é o italiano Giovanni Visconti (Vini-Zabu-Brado), com 118 pontos, com Rui Guerreiro na segunda posição (87).
Na 16ª etapa, nesta segunda-feira, far-se-á a ligação entre Udine e San Daniele del Friuli (a terra dos presuntos), numa distância de 229 km e com seis contagens da montanha: aos 31 km (949 metros), aos 77,2 km (612 metros), aos 123 km (614 metros), aos 162,1 km (494 metros), aos 189 km (494 metros) e aos 216 km (494 metros) – a primeira de segunda categoria e as restantes de 3ª.
Boa sorte João Almeida e Rui Guerreiro.