A Selecção Nacional A empatou, esta quarta-feira, a zero com a Espanha, num jogo de preparação disputado no Estádio José Alvalade, em que Cristiano Ronaldo bateu mais um recorde pessoal ao atingir o 220ª jogo ao serviço de Portugal, 166º ao serviço da selecção nacional A.
O Capitão fez o jogo 166 pelos AA, às quais soma 3 pela Selecção Olímpica, 10 pelos Sub-21, 5 pelos Sub-20, 7 pelos Sub-17 e 9 pelos Sub-15.
São, assim, duas centenas de internacionalizações por seis selecções do mais internacional e melhor goleador de sempre de Portugal.
Este jogo ficou ainda marcado pela internacionalização número 111 de Pepe, que ultrapassou Fernando Couto e se tornou, desta forma, o defesa que mais vezes vestiu a camisola da selecção nacional. Além disso, há ainda a destacar a estreia de Rúben Semedo pela principal formação portuguesa.
Num jogo marcado pela presença de público nas bancadas e pelo atingir de marcas históricas, a equipa espanhola entrou mais pressionante mas não conseguiu materializar em golos as oportunidades criadas. Com o tempo, Portugal foi-se impondo na partida, começou a criar vários lances de golo, mas a bola teimou em não entrar.
Na segunda parte, Portugal apresentou-se melhor e Cristiano Ronaldo e Renato Sanches viram por duas vezes o golo a ser negado pela barra da baliza hispânica. A Espanha, por sua vez, também, sempre que podia, tentava almejar a baliza de Rui Patrício que deu sempre conta do recado.
Em termos de jogo jogado, sem dúvida que a Espanha foi dominadora – ainda que sem concretizar – na posse de bola (64/36%), embora Portugal tenha sido melhor em termos de remates para a baliza (16-11), dos quais 6-1 para golo, que acabou por não surgir.
Os espanhóis entraram mais organizados nos passes mas a defesa nacional não deu espaço para avançarem o suficiente para criarem perigo de maior, ainda que Rui Pacheco tenha sido chamado a salvar (72’) um golo eminente, ao defender a bola que se encaminhou velozmente para o fundo da baliza, tendo de esticar a perna para o evitar.
Até aos 25’ Portugal não rematou à baliza dos espanhóis – sendo indispensável referir que o onze que entrou em jogo não foi o principal, no que respeita aos jogadores (João Félix, Bernardo Silva e Bruno Fernandes, pelo menos, ficaram no banco) – o que equilibrou mais a partida ainda que sem “sal” para os 2.500 espectadores que estiveram nas bancadas do Estádio José Alvalade.
No segundo tempo, com a entrada dos jogadores referidos (e mais alguns), Portugal começou a procurar mais o ataque e criou três oportunidades para golo, que não surgiram porque a barra (remate de Cristiano Ronaldo, aos 53’, e Renato Sanches, aos 68’) não deixou, numa e noutra vez com a bola a fazer um ângulo recto e descer até ao relvado, na primeira vez caindo alguns centímetros antes da linha de golo e, na outra, caindo mesmo em cima da linha, pelo que não ultrapassou totalmente a linha e não foi sancionado o golo.
João Félix ainda teve uma oportunidade (75’) dentro da grande área, rematando para o guardião Unalsimóa esticou o braço e defendeu com a mão quando a bola se dirigiu para a baliza, tendo Portugal perdido a última oportunidade de marcar (90+2’), quando Rúben Semedo ganhou a bola nas alturas, cabeceou para o segundo poste, onde surgiu João Félix mas um pouco atrasado em relação à bola, que fugiu pela linha final.
Foi um jogo de princípio de época, em termos de selecções, tendo a Espanha e Portugal aproveitado para testar mais jogadores com vista às duas partidas que se seguem, estas a “sério”, porquanto dos resultados vão depender o avançar na Liga das Nações.
No domingo, Portugal defrontará a França, com os franceses a jogarem em casa e, no dia 14, de novo em Alvalade, a Suécia é um adversário de “peso”, frio e inconstante, pelo que será preciso muito cuidado.
Para Fernando Santos, seleccionador nacional, “os primeiros 25 minutos foram sofríveis, não nos encontrámos com o jogo. A organização estratégica esteve sempre errada, a defender muito mal, concedemos muitos espaços interiores. E, quando uma equipa não está organizada defensivamente, quando recupera a bola não consegue jogar. Ofensivamente também não encontrámos os caminhos certos. Durante esse período a Espanha foi claramente superior a nós, valendo a atitude e entrega dos jogadores”.
Referiu ainda que “depois, a nossa exibição foi em crescendo, a equipa começou a perceber melhor o que tinha de fazer, a dar menos espaços e o jogo ficou mais equilibrado. Ao intervalo fiz algumas rectificações e a segunda parte já foi diferente, com um jogo mais repartido. Tivemos quatro ou cinco grandes oportunidades, mas o resultado foi justo”.
Sobre os próximos jogos, Fernando Santos antecipou que “Serão jogos diferentes, que terão de ter outra abordagem. Vamos ter de trabalhar bem e com outro grau de atenção, pelo que espero que estejamos no melhor nível nesse jogo”.
Com este jogo, Fernando Santos igualou Luiz Felipe Scolari como Seleccionador Nacional com mais jogos ao serviço da Equipa das Quinas. A seu ver, só lhe falta uma coisa: “ser campeão do mundo”, considerou.
Sob a direcção do árbitro italiano Paolo Valeri, as equipas alinharam:
Portugal – Rui Patrício; Cancelo, Pepe, Rúben Semedo e Raphael Guerreiro; João Moutinho, Rúben Neves e Renato Sanches; Trincão, Cristiano Ronaldo e André Silva;
Espanha – Unalsimóa; Roberto, Llorente, Eric Garcia e Reguilón; Busquets, Ceballos e Canales; Rodrigo, Dani Olmo e Moreno.