Num comunicado tornado público esta quinta-feira, o CNID-Associação dos Jornalistas de Desporto, salientou que “as modalidades desportivas de pavilhão, nomeadamente nos escalões de alto rendimento, são obviamente objecto de notícia na Imprensa especializada e não só. É de interesse para os Órgãos de Comunicação Social (OCS), como o é também para atletas, treinadores e dirigentes, que as respectivas competições e tudo o que as rodeia tenham tradução pública em notícias, reportagens, acompanhamento noticioso em geral”.
No mesmo documento, o CNID salientou que “não é preciso dar muitas razões para esse interesse cruzado dos OCS e das modalidades. Basta pensar que o acompanhamento por parte de OCS independentes dá transparência e transmite credibilidade às competições, algo essencial nos dias que correm”.
Na comunicação, o CNID referiu ainda que “a pandemia impõe restrições e cuidados que todos devemos ter em conta, mas não obriga – não pode obrigar – a que não haja esse escrutínio mínimo e que se ponha em causa o valor da informação ao público, razão primeira da existência de competições, como é bem demonstrado hoje em dia. E que os clubes têm de zelar pela saúde dos seus atletas, técnicos, dirigentes e “staff” inerente à realização das competições é algo que não pode ser posto em causa”.
Depois de salientar que “é preciso bom senso para que todos possam fazer o seu trabalho”, a instituição da classe dos jornalistas desportivo aditou também que “a liberdade de Informação – e a necessidade da liberdade e a da informação – não pode ser comprimida até à inexistência de uma e outra. O País não pode parar e a Informação muito menos”.
Realçou que “como as competições estão a começar e não há normas claras, e tendo em conta que alguns clubes manifestaram a intenção de reduzir quase a zero a presença de jornalistas independentes, nomeadamente no caso dos repórteres-fotográficos, torna-se importante uma chamada de atenção a todos e conseguir um consenso que aproveite a todos”.
“Assim – continua o comunicado – o CNID – Associação dos Jornalistas do Desporto, com o apoio do Comité Olímpico de Portugal, Comité Paralímpico de Portugal (CPP) e Confederação do
Desporto de Portugal, vem sensibilizar as federações desportivas para o seguinte:
“-É essencial que o processo informativo sobre os eventos e competições desportivas seja salvaguardado, condição essencial à sustentabilidade do espectáculo desportivo;
“- Nas competições profissionais ou de alto nível, devem ser garantidos lugares para os
Jornalistas da Imprensa escrita, rádio e TV, para além dos que são normalmente alocados a meios dos clubes e à (ou às) televisões que transmitem o jogo, desejavelmente no numero mínimo de cinco;
“- Deve ser garantida também a entrada a fotógrafos independentes, que poderão ficar na bancada se não houver posição melhor por razões técnicas ou sanitárias;
“- Um de cada um desses lugares, na tribuna e para fotógrafo, deve ser reservado para
a Lusa, agência nacional que trabalha para a generalidade dos OCS;
“- A organização do jogo deve criar um processo de acreditação, caso ainda não o tenha em prática;
“- Os OCS devem, com antecedência, fazer saber junto dos organizadores se enviam um jornalista e o respectivo nome;
“Os OCS e os seus jornalistas estão conscientes do momento particularmente difícil que se vive em termos de saúde, pelo que serão capazes de encontrar entre si formas de entreajuda informais quando não for possível atender todos os pedidos para acompanhamento do jogo”.