Miguel Angel Lopez foi o grande vencedor da etapa rainha (17ª) do Tour de France, depois de uma etapa ao melhor nível, elevando a sua estatura à de camisola amarela a partir desta etapa, numa altura em que se decide quase tudo para a chegada a Paris, na segunda-feira, na consagração.
Mas, até lá, ainda há muito que percorrer, especialmente nesta quinta-feira, onde as últimas montanhas poderão proporcionar desenvolvimentos menos esperados (ou inesperados), tudo dependendo do descanso que for possível fazer após a etapa desta quarta-feira, que foi árdua e onde se ultrapassaram os 2.000 metros de altitude, com uma inclinação final de mais de 8 %.
O colombiano (Astana Pro Team) foi o mais forte nos últimos e duros quilómetros e conquistou a amarela, “roubada” ao jovem esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), que a vestia há mais de uma semana, sendo ainda de realçar outro jovem esloveno, Tadej Pogačar (UAE Team Emirates), que foi ultrapassado nos últimos 2 km da corrida.
Na partida, em Grenoble, os 152 ciclistas em prova – com o vencedor do ano passado, o colombiano Egan Bernal, também de fora – tendo começado cedo (30 km) as primeiras escaramuças, com o francês Julian Alaphilippe a arrancar mas “colado” a outros, como Richard Carapaz (Ineos Grenadiers), Lennard Kämna (Bora-Hansgrohe), Gorka Izagirre (Astana Pro Team) e Dan Martin (Israel Start-Up Nation).
Alaphilippe foi o primeiro a sprintar para passar primeiro em La Rochette (km 45,5), onde o seu colega de equipa Sam Bennett voltou a aumentar a sua vantagem na classificação por pontos face a Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) e Matteo Trentin (CCC Team).
A fuga chegou a registar uma vantagem de cerca de seis minutos (Col de la Madeleine (107,5 km).
Sem Dan Martin na cabeça deste grupo, os restantes três entenderam-se bem para chegar ao Cole de la Loze (final da etapa) com uma vantagem de dois minutos sobre um outro grupo que entretanto se criou, tendo Carapaz no comando da corrida a 9 km da chegada e com apenas 18 segundos de vantagem sobre o grupo onde estavam os nomes sonantes.
Nessa altura, David de la Cruz (UAE Team Emirates), começou a preparar o terreno para Tadej Pogacar.
A três km do final, Pogačar, Primoz Roglic, Sepp Kuss (Jumbo-Visma), Richie Porte (Trek-Segafredo), Miguel Ángel López (Astana Pro Team) apanhou Carapaz e, pouco depois, Miguel Angel Lopez surgiu na frente, solitário, pedalando para o triunfo, enquanto Roglic e Pogačar iniciaram o duelo pelos melhores lugares, com estes três a ocuparem o pódio.
Miguel Angel Lopez (Astana Pro Team) cobriu os 168 km no tempo de 4.49.08, à frente de Primaz Roglic (Team Jumbo-Visma), a 15 segundos e de Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) a 30 s. Seguiram-se Sapp Kruss (Team Jumbo-Visma), a 56 s e Richie Porte (Trek-Segafredo), a sessenta e um segundos, numa etapa em que completaram 150 ciclistas.
Realça-se que o vencedor do ano passado, o colombiano Egan Bernal, foi obrigado a desistir, tudo apontando que este haverá um novo nome para a lista dos triunfadores, que poderá sair do grupo dos três primeiros da geral, se nada de anormal se passar na 18ª etapa (esta quinta-feira), com a despedida da montanha, numa corrida em que (46 km) há a primeira e logo perto dos 2.000 metros.
O português Miguel Oliveira continua a fazer uma excelente prova, tendo ocupado o 44º lugar na etapa, a 24.08 do vencedor, tendo subido para o 56º posto na geral, a 2.40.22, dentro do primeiro terço dos participantes.
Cumpriram-se 2.982,5 km para os 3.483 km previstos, pelo que se está a pouco mais de 500 km para terminar o Tour de 2020.
Na geral, Primoz Roglic (team Jumbo-Vismas) mantêm a amarela, agora com um total de 74.56.04, à frente do seu compatriota Tadej Pogacar (UAE Team Emirates), a 57 segundos e de Miguel Angel Lopez (Astana Pro Team), a 1.26.
Seguem-se: Richie Porte (Trek-Segafredo), a 3.05; Adam Yates (Michelton.Scott), a 3.14; Rigoberto Uran (EF Pro Cycling), a 3.24; Mikel Landa (Barhain-McLaren), a 3.27; Enric Mas (Movistar Team), a 4.18; Tom Dumoulin (Team Jumbo-Visma), a 7.23 e Alejandro Valverde (Movistar) a 9.31.
Nas várias camisolas, os líderes mantiveram-se.
Esta quinta-feira corre-se a 18ª etapa, entre Méribel e La Roche-Sur-Foron, numa distância de 168 km, com os ciclistas a passarem por várias montanhas, começando (46 km) por subir 1.968 metros (desnível de 6,1% nos últimos 18,6 km), seguindo-se (67,5 km) aos 1.093 (desnível de 6,6%), para voltarem a subir (91 km) a 1.650 metros (desnível de 6,4 % em 14,6 km).
Aos 117,5 chegarão aos 1.487 metros (desnível de 7% durante 6,7 km) e, depois, aos 1.390 metros (desnível de 11,2 % durante 6 km), tendo ainda que passar (165 km) os 930 metros mas de forma mais “leve”, descendo de seguida para a meta a grande velocidade.