A selecção nacional de ciclismo esteve em plano de particular evidência, tendo feito, esta quarta-feira, uma prestação de alto nível na prova de fundo para elite do Campeonato da Europa de Estrada, em Plouay (França), levando Rui Oliveira a discutir o sprint que decidiu o título a favor do italiano Giacomo Nizzolo.
O colectivo português executou o plano traçado pelo seleccionador, José Poeira, ao longo dos 177,45 quilómetros de corrida, conseguindo o objectivo de estar na discussão da corrida.
Depois de uma jornada de muito labor, em favor de Rui Costa, Rui Oliveira ainda se imiscuiu no sprint, acabando na 14.ª posição, com o mesmo tempo dos corredores que conquistaram as medalhas, Giacomo Nizzolo, seguido pelo francês Arnaud Demare e pelo alemão Pascal Ackermann.
A formação portuguesa mostrou-se, ao longo de toda a prova, pelo modo profissional como se bateu de igual para igual com todas as outras nações, graças a um trabalho em que todos participaram. Rafael Reis e Rafael Silva foram importantes na ajuda à boa colocação do conjunto, essencial para escapar às duas principais quedas da corrida.
Os gémeos Oliveira mantiveram-se atentos na frente do pelotão, “matando” as tentativas de fuga que pudessem colocar em risco as aspirações nacionais. A 50 quilómetros do fim, Rúben Guerreiro abriu um novo capítulo no desempenho nacional, saltando para a frente da corrida, de forma a manter o ritmo elevado, numa altura em que o pelotão se partira e alguns homens rápidos perderam o contacto.
Quando o conjunto luso planeava endurecer mais a corrida, para tentar reduzir o pelotão, o chefe-de-fila, Rui Costa teve duas vezes problemas mecânicos com o selim da bicicleta, o que “saiu” dos planos de José Poeira, que referiu que “quando devíamos estar à frente, tivemos o azar de estar atrás. Já não foi possível atacar a corrida para tentar um bom resultado com o Rui Costa. Com um grupo tão numeroso, o plano passou a ser tentar levar o Rui Oliveira nas melhores condições para a discussão do sprint. Foi esse sentido o ataque do Rui Costa, para desgastar os adversários”.
O resultado final não fez total justiça à qualidade da prestação portuguesa na Bretanha. Depois de Rui Oliveira, cortaram a meta Rui Costa, 29.º, a 4 segundos, Rúben Guerreiro, 41.º, a 11 segundos, Ivo Oliveira, 60.º, a 3m27s, Rafael Silva, 80.º, e Rafael Reis, 87.º, a 8m26s.
Rui Oliveira, o melhor português na prova, salientou que “foi das melhores exibições que fizemos enquanto Selecção Nacional. Estivemos sempre na frente, ajudando-nos mutuamente, todos a um nível excelente. No final, como a corrida não se fez tão “dura” quanto seria necessário para o Rui Costa, a segunda cartada era resguardar-me para o sprint. Já cheguei um pouco fatigado, mas entrei bem posicionado. Ia, certamente, para um top 10, mas fui apertado por um ciclista checo. Tive de travar e perdi posições. Melhorei o resultado do ano passado, mas queria mais”.
Nesta quinta-feira, a prova de fundo para sub-23 é a próxima corrida do programa com participação portuguesa, cujo início terá lugar às 8h00. A corrida terá 136,6 quilómetros, resultantes de dez voltas ao circuito de Plouay.
A formação portuguesa será composta por Afonso Silva, Guilherme Mota, Miguel Salgueiro e Pedro Miguel Lopes.
Anadia recebe a primeira prova de BTT
Entretanto, a primeira corrida de BTT de âmbito nacional, após o período de confinamento, acontece no próximo domingo, em Anadia, e atribui o título nacional de Cross Country Eliminator - Eliminação BTT (XCE).
A comunidade nacional de BTT está entusiasmada com o regresso à competição, motivo pelo qual se inscreveram cerca de 300 corredores para a prova, distribuídos por dez categorias etárias, masculinas e femininas.
O Campeonato Nacional de XCE vai realizar-se na pista permanente de Tamengos, Anadia. Na manhã de domingo, entre as 9h00 e as 12h00, disputam-se os títulos de juniores e de cadetes. Os corredores de elite e os masters competem a partir das 14h00. Devido às condicionantes provocadas pela pandemia, a prova será disputada sem público.
Ao contrário da eliminação em pista, a eliminação em BTT não se trata de uma corrida em pelotão. Começa com um contra-relógio individual de uma volta à pista. Os detentores dos melhores tempos em cada uma das categorias etárias e em cada um dos géneros passam à fase seguinte. Em função das características da cada prova, do número de inscritos e de outros factores - as limitações Covid, por exemplo - pode decidir-se o número de corredores apurados.
No Campeonato Nacional de XCE passam os oitos corredores com melhor tempo em cada faixa etária e em cada género. Esses oito corredores são alinhados em duas séries de quatro ciclistas. É aqui que começa a eliminação. Em cada série são eliminados os dois últimos e apuram-se para a final os dois melhores. O resultado da final determina o ordenamento dos quatro primeiros classificados.