Ivo Oliveira (UAE Team Emirates) conquistou, esta sexta-feira, em Paredes, o título nacional de contra-relógio na categoria de elite, enquanto Guilherme Mota (Kelly/InOutBuild/UDO) chamou a si o título na categoria de sub-23, na primeira ronda onde foram ainda coroados dez paraciclistas, segundo informou a Federação Portuguesa de Ciclismo. Os corredores de elite cumpriram 18,1 quilómetros, num percurso exigente, entre as freguesias de Gandra e Baltar. Ivo Oliveira conquistou o primeiro título de elite, graças a um desempenho sem mácula, que lhe permitiu cortar a meta ao fim de 23m45s (45,726 km/h).
Apenas os homens que formaram o pódio conseguiram concluir a corrida em menos de 24 minutos. Rui Costa (UAE Team Emirates) foi aquele que mais se aproximou do vencedor, gastando mais 9 segundos do que o companheiro de equipa. Destaque para o terceiro classificado, Tiago Machado (Efapel), que, apesar de ter apenas dois dias de competição nos últimos meses, bateu-se de igual para igual com a armada WorldTour, conseguindo a terceira posição, a 13 segundos do vencedor.
Para o novo campeão, Ivo Oliveira salientou que “o contra-relógio é algo que me fascina. Como não nos qualificámos para os Jogos Olímpicos, na vertente de pista, o meu foco para este ano é cem por cento a estrada. Na Volta à Polónia tive um problema num tendão. Fiquei desmotivado, pensando que não iria render o que queria. A verdade é que hoje rendi ainda mais do que esperava. Tive um daqueles dias que acontecem poucas vezes no ano, quando se vai em cima da bicicleta e sente-se que está tudo a correr bem. Percebi que se não ganhasse seria por muito pouco. Estou muito feliz por poder usar as cores nacionais”.
Entre os sub-23 sobressaíram corredores ainda em início de percurso nesta faixa etária. Guilherme Mota (Kelly/InOutBuild/UDO), no segundo ano na categoria, venceu com 24m58s, seguindo-se Daniel Dias (Sicasal/Miticar/CM Torres Vedras), sub-23 de primeiro ano, a 15 segundos. Pedro Andrade (Hagens Berman Axeon), na segunda época entre os menores de 23 anos, fechou o pódio, a 23 segundos da medalha de ouro.
Mota referiu que “após um confinamento muito duro, por causa da faculdade, não estive ao nível que queria, na Prova de Reabertura. A partir daí tentei centrar-me ao máximo nos Campeonatos Nacionais. Todo esse trabalho deu resultado. Estou muito orgulhoso com esta conquista, ainda mais por ter acontecido num percurso tão duro, perante tantos adversários que poderiam discutir a corrida”.
O primeiro dia da edição de 2020 dos Campeonatos Nacionais de Estrada contou ainda com a competição de paraciclismo, num percurso com 12,5 quilómetros, onde foram distinguidos dez campeões nacionais. As categorias com maior número de participantes foram as de C5, na qual se impôs Manuel Ferreira (ADRAP), e H4, que teve como vencedor Flávio Pacheco (Associação SCAVSport Ciclismo de Almodôvar).
Telmo Pinão (Casa do Sport Lisboa e Benfica de Montemor-o-Velho), corredor com experiência nos Jogos Paralímpicos e campeão de C2, foi o representante dos paraciclistas na conferência de imprensa dos campeões, tendo salientado que “ando há alguns anos nesta família que é o paraciclismo e a vitória de hoje tem outro sabor, não apenas o sabor da vitória em si, mas pelo ano atípico por que temos passado. Tem sido muito duro treinar sem competir. Agora temos de ver se há mais provas em 2020 e começar já a pensar em 2021, um ano de Jogos Paralímpicos, para os quais o apuramento ainda está em aberto, mas também o ano em que teremos o Campeonato do Mundo em Portugal e em que, pela primeira vez, haverá Campeonato da Europa de Paraciclismo”.
Os campeões de cada uma das categorias foram os seguintes:
C1: Bernardo Vieira; C2: Telmo Pinão (Casa do Sport Lisboa e Benfica de Montemor-o-Velho); C3: Paulo Teixeira (Associação Ciclismo Rodabike Gondomar); C4: João Monteiro (Associação Mouzinho Aventura); C5: Manuel Ferreira (ADRAP); D: João Marques (ACD Milharado); H3: João Pinto (CC Portimão); H4: Flávio Pacheco (Associação SCAV – Sport Ciclismo Almodôvar);H4 Feminina: Filomena Oliveira e H5: Luís Costa (CC Portimão)
Estes campeonatos continuam este sábado com a corrida de sub-23, que arranca às 14h30. O pelotão vai completar 138,2 quilómetros, com partida e chegada em Gandra, nas instalações da Majorfe. Os primeiros 42,3 são feitos num percurso mais largo, antes da entrada no circuito final de 12,9 quilómetros. A corrida acaba à oitava passagem pela meta, quando os ciclistas tiveram somado um desnível positivo acumulado de 2860 metros.