O F. C. do Porto, nove anos depois, conseguiu mais uma “dobradinha” no futebol nacional, ao vencer o Campeonato da Liga NOS e a Taça de Portugal, depois de ter vencido (2-1) o Benfica no Estádio Cidade de Coimbra, onde se jogou, este sábado, a 80ª final da Taça.
Numa partida em que, futebolisticamente, não se viu um futebol “por aí além” – o momento também não foi o mais propício face à pandemia, à consequente paragem e a um fim de época atípico – o que originou um jogo calculista, jogando-se devagar, sem qualidade técnica e táctica de parte a parte, acabaram por ser os portistas os mais felizes.
Depois de terem ficado reduzidos a dez jogadores (expulsão de Luís Diaz por duplo amarelo) aos 38’, a que se acumulou um amarelo a Sérgio Conceição, a situação piorou um pouco quando (42’) o técnico do Porto foi mandado para os balneários por ter “levado” com o segundo amarelo, uma vez mais por palavras proferidas contra a equipa de arbitragem.
Pouco depois chegou o intervalo e o 0-0 manteve-se inalterável.
Com um espírito mais fresco e sabendo que tinha de aproveitar as poucas oportunidades que poderiam surgir no segundo tempo, o Porto chegou (47’) ao 1-0, dois minutos apenas após o reinício do encontro, com um golo de bola parada, quando Alex Telles marcou um livre sobre a esquerda do seu ataque, a bola voou até à linha delimitadora da área da baliza, onde surgiu Odysseas para socar a bola, o que conseguiu ainda que de raspão.
Azar dos azares, a bola seguiu mais para a direita onde surgiu Mbemba a cabecear, em arco, por cima de toda a defesa (Odysseas incluído), para a baliza, fazendo a bola entrar quase a raspar na parte interior da barra.
Feito o 1-0 num pormenor em que a defesa benfiquista foi mal batida – porque mal organizada – o Porto tentou manter-se mais algum tempo na linha da frente, para tentar o segundo golo, o que veio a acontecer (58’), de novo de bola parada.
Otávio marcou o livre fazendo a bola sobrevoar a defesa, arqueando-a para a esquerda, onde voltou a surgir Mbemba para cabecear e bater, de novo, Odysseas, depois de ter sido colocado em jogo (três centímetros) por Seferovic, que não viu o portista mesmo à sua frente.
A partir daqui, o Porto passou a jogar mais recuado, para defender a vantagem, que era boa, enquanto o Benfica iniciou o processo de substituições para tentar mudar o ritmo do jogo a seu favor.
O tempo foi passando, os benfiquistas foram forçando para tentar marcar um golo que pudesse dar “carga” para chegar ao empate até ao final, mas a verdade é que a destreza, a falta de “chama” e a defesa reforçada do Porto não deixou grandes margens.
O Benfica teve uma boa oportunidade para igualar (74’) quando Vinícius, no seguimento de um centro de André Almeida, cabeceou de cima para baixo, mas muito para baixo e com muita força, que levou a bola a passar por cima da barra depois de bater no relvado.
Com o final à vista, o Benfica tentou e conseguiu chegar ao golo de honra, depois de (84’) Vinícius transformar a grande penalidade assinalada por falta sobre de Rafa, dentro da grande área portista.
Remate para um lado e guarda-redes para outro, no que foi como que o último suspiro para tentar dar a volta. O que o Benfica não conseguiu.
Título bem entregue ao F. C. do Porto, que soube – ainda que com dez jogadores – aproveitar as deixas (faltas que deram origem aos dois golos) que o Benfica proporcionou.
Tiago Pinto, Director-Geral do Benfica, foi expulso (vermelho directo) antes do jogo terminar.
Final oficial da época, ainda assim, não definida para o F. C. do Porto, em termos de treinador, porquanto não parece certa a presença de Sérgio Conceição na equipa portista, enquanto Jorge Jesus vai “tomar posse” do Benfica nesta segunda-feira.