Quinta-feira 23 de Novembro de 5262

Dulce Félix sem competições, tem como apoio o Benfica e a Prepol como únicos rendimentos em 2020

DulceFélix-1-27-05-2020

FPA / DR

Ana Dulce Félix, conhecida nos meios desportivos por Dulce Félix, conseguiu, aos 37 anos, obter um honroso 8º lugar que contribuiu para a equipa nacional (com Salomé Rocha, 10ª e Susana Francisco, 25ª) chegar à medalha de bronze no Europeu de crosse que decorreu no Parque da Bela Vista (Lisboa), em Dezembro de 2019. Um bom começo de época (2019/2020) onde tinha como objectivo alcançar os mínimos para participar nos Jogos Olímpicos de Tóquio’2020 (adiados para 2021 devido à pandemia provocada pelo Covid-19), tendo as provas que se iriam realizar na Primavera deste ano. Um desejo que se foi esboroando à medida que o tempo passou e que a pandemia se estendia por todo o planeta Terra, com toda a gente mais ou menos “confinada”, consoante as decisões de cada país tomou para tentar “estancar” a evolução (negativa) da situação que ainda hoje se vive. Em entrevista concedida à Federação Portuguesa de Atletismo e publicada no respectivo site, a atleta do Benfica salientou que “estava a meio da preparação para uma maratona quando esta “rasteira” fez com que tudo fosse abaixo”, o que levou à privação da preparação prevista. Ainda que com autorização para treinar ao ar livre, Dulce referiu que “tenho de confessar que o treino agora não é a mesma coisa. É difícil estar a treinar sem termos um objectivo a curto e médio prazo. Quem, como eu, aposta na maratona, ficou sem provas na primavera e as de outono estão diariamente a ser canceladas”.

DulceFélix-2-27-05-2020

FPA / DR

Adiantou ainda que “tínhamos essa determinação de conseguir a qualificação, pensámos em Lisboa, mas a prova foi cancelada, tal como a de Londres, pelo que tudo mudou. Estive a treinar para uma e parámos a meio e, agora, não estamos muito interessados em fazer trabalho forte para uma prova específica que seja adiada ou cancelada duas semanas antes. A única coisa, a longo prazo, são os Jogos Olímpicos, onde quero muito participar mas, mesmo para esses, temos notícias contraditórias diariamente”. Novo rumo, nova reorientação na preparação, mas continua a pensar no objectivo de estar em Tóquio, ainda que não se saiba nada em termos de calendários de provas até ao outono e, depois, na primavera, se ainda for preciso para obter os mínimos. Dulce aproveitou para salientar o apoio do Benfica, salientando que “têm sido excelentes, tal como a Federação Portuguesa de Atletismo. Tenho mesmo sorte em estar neste clube, pois dão-nos o máximo de apoio, estão sempre ligados a tentar perceber as nossas necessidades, dando conselhos. Ligamo-nos semanalmente para fazermos treinos em conjunto, a FPA e o Comité Olímpico têm também grupos de apoio e, na verdade, isso faz-nos sentir mais próximos, apesar da distância. Esta tecnologia de videoconferências, que não é novidade, mas que usávamos pouco, tem a particularidade de nos juntar ainda mais”. Tendo trabalhado quase sempre “fora de casa”, Dulce também se referiu ao facto de ter estado mais em casa, sublinhando que “tínhamos tanta liberdade e não dávamos valor a esse facto. É verdade que trabalhávamos intensamente, mas existia esse factor de ser a horas livres, com grupos de treino. Agora temos de ficar mais em casa”, se bem que, adiantou “este intervalo foi bom, em especial porque tive mais tempo para acompanhar acompanhamento da Matilde (filha). Ela não estava na creche, estava numa ama, e de repente passou a ficar todo o tempo connosco». Matilde que assume um papel importante no casal Dulce Félix (atleta) e Ricardo Ribas (treinador), pois não é uma criança “que fica ‘colada’ à televisão. Gosta de andar de um lado para outro, tem muita energia. No fundo é um pouco como os pais, que fizeram uma carreira na corrida, sem parar!”. Alegria familiar que, por outro lado, também um lado menos positivo porquanto, como referiu Dulce “este ano não teremos nenhum outro rendimento que não seja o apoio do Benfica e da Prepol. Não temos provas no estrangeiro ou cá. Mas o importante é termos saúde e continuarmos a treinar”. Dulce, que é natural de Guimarães, tem duas dezenas de internacionalizações, tendo conquistado medalhas em várias competições, destacando-se o título europeu dos 10.000 metros (pista) em 2012 e a medalha de prata em 2016, na mesma competição. Nos mundiais da mesma distância, tem como melhor o 8º lugar, em 2011. Noas Jogos Olímpicos tem como melhor o 20º lugar na maratona, em 2012. Sagrou-se vice-campeã europeia de corta-mato (2011 e 2012) e medalha de bronze (2010). O melhor registo na maratona foi de 2.25.15 (8ª em Londres’2015), com a melhor posição (2ª) a ser obtida em Viena (Áustria), em 2011, ano em que foi 4ª em Nova Iorque Com os olhos em Tóquio, Dulce espera a oportunidade para fazer menos de 2.29.30 (mínimo oficial) e carimbar o passaporte para Tóquio.

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