O Comité Olímpico de Portugal lançou o Guia de Integridade Desportiva complementando a acção de sensibilização, treino, formação, educação e capacitação que leva a cabo no terreno.
“Este documento tem como primordial objectivo apoiar aqueles que servem o desporto português, no domínio individual ou organizacional, dos níveis mais elementares até ao alto rendimento, a protegerem a si e às suas competições, deste que é considerado o maior desafio contemporâneo à integridade do desporto”, segundo o expresso no site da instituição olímpica portuguesa.
Os conteúdos do Guia de Integridade Desportiva, que compila um manual de recursos, instrumentos pedagógicos, informações práticas, recomendações e princípios orientadores na protecção da manipulação de competições desportivas, devem ser lidos, compreendidos e implementados em conformidade por todos os membros do COP, funcionários, dirigentes, clubes e agentes desportivos neles filiados, pois é tempo de agir e agir rápido.
“A integridade do desporto é um princípio essencial para a salvaguarda dos seus valores fundamentais – sejam eles sociais, culturais ou educativos – mas também económicos, que urge proteger face às ameaças que hoje enfrenta, posicionando o universo desportivo a salvo dos inúmeros factores de risco que comprometem a integridade física e moral dos agentes e organizações desportivas”, assinala-se ainda na notícia veiculada pelo COP.
Dos mais conhecidos, como o doping, a violência, a discriminação e a corrupção, aos mais emergentes como o abuso sexual ou a manipulação de competições desportivas.
Com efeito, a magnitude da manipulação de competições desportivas torna evidente a dimensão destes perigos e o impacto na vida pessoal e na carreira desportiva de atletas, técnicos, árbitros e dirigentes, que importa travar urgentemente, nomeadamente com a expansão do mercado das apostas desportivas.
“Enquanto há poucas décadas as apostas desportivas eram uma actividade recreativa, e a corrupção no desporto envolvia predominantemente agentes desportivos, vivemos hoje num contexto onde este fenómeno é muito mais que uma violação de regras desportivas, mas uma actividade onde “profissionais” usam o desporto para as mais variadas formas de crime, tendo como alvo os mais vulneráveis”, de acordo com a mesma fonte.
A «Manipulação de competições desportivas» é um acordo, ato ou omissão intencional, que visa uma alteração irregular do resultado ou do desenrolar de uma competição desportiva, a fim de eliminar, no todo ou em parte, a natureza imprevisível da referida competição desportiva, com vista à obtenção de vantagens indevidas para si ou para outrem.
Atinge um amplo universo de modalidades desportivas, níveis de competição, escalões etários e agentes desportivos.
As organizações desportivas estão obrigadas a dispor de normas disciplinares que sancionem violações de integridade, de acordo com documentos de referência, onde se detalham claramente um conjunto de requisitos mínimos: infracções, sanções, procedimentos disciplinares e harmonização de definições e conceitos.
As fragilidades dos actores e das organizações desportivas são um foco de interesse das redes criminosas, sendo factores de risco carências financeiras, vícios (droga, álcool e jogo), maus resultados desportivos/falta de reconhecimento, pressão de familiares, amigos, patrocinadores…, exposição descontrolada nas redes sociais, ganância e ambição desmedida, vontade de desafiar o “sistema”, ingenuidade e falta de informação, código do silêncio e medo de denunciar.
A forma de cada desportista se proteger assenta nos “3 R’s”:
Reconhecer
- Estar prevenido: saber o que é a manipulação de competições
- Reconhecer as situações de aliciamento
- Perceber como operam os criminosos.
Resistir
- Ter consciência das consequências para si próprio, para o seu clube, para a sua modalidade
- Ter coragem para dizer Não!
Reportar
- Denunciar!
- Procurar aconselhar-se junto do seu treinador, da estrutura do clube, da Federação, do Comité Olímpico, das autoridades…
Um guia indispensável para fugir às tentações que surgem por todo o lado, em todas as competições, a qualquer hora, que pode ser lido no site do Comité Olímpico de Portugal.
