Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

Marchadora sem competição mas Ana Cabecinha não desarma

ana cabecinha 24jul 060 FPA AddidasEm entrevista à Federação Portuguesa de Atletismo e esta terça-feira publicada no respectivo site, Ana Cabecinha afirmou que “teve que alterar as rotinas de treino e horários que tinha antes da pandemia. Com todo o cuidado que nos pedem, mas com menos quilómetros e muitos mais treinos em casa. Faço o treino na passadeira e na bicicleta estática, faço os outros treinos na rua, em zona mais isolada, e muitos treinos de força”.

Mantendo-se recolhida em casa – desde meados de Março, depois de conquistar o nono título de campeã de Portugal em pista coberta – a recordista nacional dos 20 km acrescentou que “tenho estado em contacto diário com o meu treinador [Paulo Murta] – pessoalmente apenas uma vez por semana – mas de facto, a ausência de treino em ginásio e pista faz-nos muita falta, apesar de termos conseguido improvisar com outros meios em nossa casa”, adiantando ainda que “o facto de estar a treinar sem competições à vista, está a deixar uma grande repercussão na nossa vida diária como atleta, pois não sabemos quando iremos competir e no próximo ano que provas vamos ter, já que este ano, até Dezembro, mesmo que haja provas, as marcas não serão válidas para a qualificação para os Jogos Olímpicos”.

Isto porque, no decorrer do presente ano, não haverá qualquer prova internacional oficial, porquanto, segundo a atleta, “ainda não se sabe se se realizará o europeu deste ano (marcado para Agosto, em Paris), depois de definido o adiamento do campeonato do mundo de selecções em marcha atlética para 2021, tal como os Jogos Olímpicos de Tóquio”.

Situação que Ana Cabecinha considera “uma situação injusta. Na minha opinião, havendo o Campeonato da Europa este ano em Paris, fazia todo o sentido haver as provas de marcha, pois os Jogos serão em 2021, o mundial em 2022 e os Europeus também em 2022. Esta é uma situação especial, pois nós também precisamos competir lá fora, temos os mesmos direitos que os atletas das outras disciplinas”, referindo também que “apesar de ter adiado por mais um ano o sonho de Tóquio 2020, para cumprir o objectivo de estar nos meus quartos Jogos Olímpicos, considero que foi a melhor decisão que o Comité Olímpico Internacional podia ter tomado. Agora temos é que nos juntar por um bem maior que é a nossa saúde e de todos os que nos rodeiam”.

Recorde-se que a atleta do Clube Oriental de Pechão é uma das atletas portuguesas com maior palmarés internacional, com três classificações de finalista nos 20 km marcha em três edições dos Jogos Olímpicos (6ª em 2016, 7ª em 2012 e 8ª em 2018), em quatro Campeonatos do Mundo (4ª em 2015, 5ª em 2011, 6ª em 2017 e 7ª em 2013) e em três Campeonatos da Europa (6ª em 2014, 7ª em 2010 e 8ª em 2018), sendo a recordista nacional de 10000 m, 20 km, Meia-hora e 3000 m (pista coberta).

Entretanto, a Federação Portuguesa de Atletismo continua a divulgar no respectivo site indicações sobre o sistema de treinos para os atletas das várias disciplinas nesta fase do Codiv-19.

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