Quinta-feira 21 de Novembro de 2024

O Mundo do Desporto vive período sem precedentes

UNESCO-DiaInterDesporto-07-04-2020A frase que intitula este texto foi referida pela Directora-Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, por ocasião do Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e a Paz, que se comemorou esta segunda-feira, ainda que confinado à residência de cada cidadão, na maior parte das cidades mundiais, face à pandemia de coronavírus que virou a vida quotidiana do avesso.

“Em muitas regiões do globo, para mais de 2,5 mil milhões de pessoas, as actividades físicas ao ar livre – da corrida ao jogo de ténis, passando pelo futebol e pelo críquete – têm sido desaconselhadas ou mesmo proibidas. Ao mesmo tempo, muitas competições foram canceladas ou adiadas, nomeadamente os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio”, reforçou a citada responsável na mensagem por ela subscrita e publicada no site da UNESCO, uma entidade da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Neste período inédito, o desporto continua a ser um aliado precioso. Com efeito, trata-se de manter uma actividade essencial à saúde e ao bem-estar físico e mental; mas também de ver os valores do desporto encarnados de forma diferente – valores de solidariedade e inclusão, equidade, partilha e superação de si mesmo, que nunca foram tão essenciais”, adiantou ainda.

“É, pois, necessário apoiar as estruturas desportivas ameaçadas por uma tal interrupção da sua actividade, mas também procurar outros desportos, que possam ser praticados dentro de cada agregado familiar. Os professores têm um papel essencial a desempenhar, proporcionando actividades adaptadas para que os 1,5 mil milhões de alunos que já não podem frequentar a escola possam continuar a fazer exercício físico e simplesmente divertir-se. Podem fazê-lo com a ajuda dos recursos online propostos pela UNESCO, tais como o Referencial concebido especificamente para promover os valores do desporto através de actividades para crianças com idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos”, segundo acrescentou Audrey Azoulay, que adiantou também que “fora da escola, multiplicam-se as iniciativas para que o desporto não desapareça da vida quotidiana de todos aqueles que se encontram confinados em casa: milhares de pessoas reúnem-se à distância – por vezes a centenas de quilómetros – para praticarem exercício físico juntas; são disponibilizados cursos online, em directo nas redes sociais, por profissionais de renome; ferramentas digitais, através de aplicações móveis e jogos de vídeo, tornam a prática do desporto mais lúdica; e alguns desportos, pela sua própria natureza individual, tornam-se subitamente colectivos através dos vínculos que criam”.

Salientou ainda que se “trata de uma evolução positiva, especialmente para os mais jovens e para as mulheres, dado que o acesso ao desporto já não é garantido pelas estruturas escolares e associativas. Este período prova-nos, assim, que as novas obrigações podem ser uma fonte de reinvenção e inovação”.

“Paradoxalmente, – concluiu a sua mensagem – nestes tempos difíceis, o desporto é, também, uma fonte de solidariedade e de esperança. O pai do Olimpismo moderno, Pierre de Coubertin, costumava dizer: “Cada dificuldade encontrada deve ser uma oportunidade para novos progressos”; que a grave crise que hoje vivemos seja a fonte de novos progressos, esta é a esperança que podemos formular para o mundo pós-COVID”.

Se bem que esta crise está a ser complicada, saibamos ser como Nelson Mandela, em que “o desporto tem o poder de mudar o mundo… tem o poder de inspirar. Tem o poder de unir um povo como poucas outras coisas podem fazê-lo”.

Saibamo-lo seguir e reforçar, todos os dias, a necessidade da prática da actividade física e do desporto como um bem essencial e indispensável à vida de um ser humano, face ao bem-estar e saúde que cria.

Recorde-se que 6 de Abril de 1896 foi o primeiro dia dos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, daí a sua vinculação ao movimento olímpico.

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