Com o adiamento, esta sexta-feira, doe europeus Europeus de natação de piscina longa, saltos, artística e mar aberto, previstos para de 11 a 24 de maio, em Budapeste, verifica-se que as estruturas europeias das modalidades estão a “condicionar” – ou mesmo fechar – as poucas janelas de apuramento que possam existir para apurar mais atletas para os Jogos Olímpicos, que continuam marcados para de 24 de Julho a 9 de Agosto, em Tóquio.
Com a falta de provas para o efeito, os atletas que ainda pensam tentar conseguir esse desiderato começam a entrar num “flop” psicológico que poderá a “estourar” a qualquer momento.
Este é, aliás, o principal foco de motivação que parece ainda resistir, pese embora, dia a dia, a situação “bata” mais forte na cabeça dos atletas, porquanto não treinam como deve ser, eliminando fases e mais fases da preparação que estava planeada o que, por certo, aumenta os níveis de ansiedade, cumulativamente ao facto de a data das competições estar cada vez mais perto.
Pese embora Portugal já tenha uma mão cheia de nadadores apurados, é provável que mais um ou outro queira aproveitar os dias que faltam para “fechar” as contas, o que cria expectativas que podem redundar num “fracasso” do ponto de vista psicológico.
Entretanto, a judoca Telma Monteiro veio a lume, também nesta sexta-feira – através das redes sociais – para dar conhecimento que a equipa olímpica do Benfica decidiu “dar continuidade à quarentena mas trabalhar toda em conjunto”, depois de ter sido anunciado que, ainda que não de forma definitiva, os Jogos se mantém na data definida deste o princípio.
Rui Bragança (taekwondo) é outro exemplo da “quarentena voluntária” mas sofre do mesmo mal porquanto viu serem cancelados nas Bélgica e em Milão (Itália), onde teria lugar a última competição de apuramento.
Por outro lado, Fernando Pimenta, está a treinar a solo, com o técnico à distância, tentando diversificar aquilo que não é possível, porque o que mais precisa são os planos de água que, existindo, colocam vários problemas de mobilidade.
Coloca-se ainda o facto de, ao ter que se movimentar para outros locais, poder entrar em qualquer “zona de contaminação” do vírus, o que não se revela aconselhável.
No atletismo, o europeu – que podia servir de apuramento para os Jogos – está marcado para de 25 a 30 de Agosto, ou seja, depois dos Jogos, o que não dá hipóteses a ninguém, com os maratonistas sem provas de selecção, porquanto várias provas, marcadas para este mês de Março, foram canceladas e adiadas para depois dos Jogos.
Se bem que nalgumas provas se possa fazer o apuramento por rankings, a verdade é que, não havendo competições, ninguém soma pontos, podendo até ser penalizados por outros que, eventualmente, possa estar em actividade.
Entretanto, recorde-se que Portugal já tem “assento” garantido em dez modalidades, num total de 32 atletas, número que poderá aumentar se houver competições ou rankings de apuramento.
É que mais se precisa de saber!
No entanto, sem que se note, pelo menos teoricamente, é provável que nestes últimos dias o “stress” (ansiedade, falta de motivação e de liderança) possa ter atingido alguns atletas, pelo que se torna indispensável ser assertivo no trabalho psicológico que já devia ter começado, o que acreditamos seja uma das tónicas mais abordadas no grupo de trabalho que o Comité Olímpico de Portugal constituiu para o incondicional apoio aos atletas integrados no programa Tóquio’2020!
Apesar das Federações Internacionais terem aprovado, por unanimidade, junto do Comité Olímpico Internacional e esta semana, não se vislumbra, com claridade suficiente, que os Jogos se realizem.
Isto sem ser “destrutivo” mas antes “realista”, tendo presente o actual mapa mundial da pandemia.