Portugal recebe pela terceira vez a organização do Europeu de Crosse, cuja 26ª edição tem lugar marcado para este domingo (dia 8) no Parque da Bela Vista, no palco habitual do “Rock in Rio”.
Iniciado em 1994 por “pressão” conjunta de Portugal, Espanha, França, G. Bretanha e outros países, considerando que os europeus continuavam a descer na classificação do mundial, onde a supremacia africana continua a ser latente.
No âmbito desta competição, Portugal já arrecadou 55 medalhas, 23 em termos individuais e 32 colectivos, encontrando-se no quinto lugar, atrás da G. Bretanha (154), França (86), Espanha (72) e Rússia (57).
A cidade britânica de Alnwick foi o local escolhido para a estreia deste então novel competição, bem à inglesa, mas em que os portugueses, comandados por Paulo Guerra e Domingos Castro (1º e 2º) deram “cabo” de toda a concorrência, com Portugal a vencer os dois títulos na categoria de seniores.
No ano seguinte (1995), no mesmo local, Paulo Guerra voltou a vencer, enquanto Portugal foi 2º por equipas, em que o vencedor foi a Espanha.
Na terceira edição, na cidade francesa de Charleroi, Paulo Guerra perdeu para o britânico Jon Brown, embora Portugal tivesse recuperado o título colectivo.
Paulo Guerra voltou a brilhar em 1999, quando se sagrou campeão europeu pela terceira vez (Velenje, na Eslováquia), com Portugal na segunda posição colectiva (prata).
Em 2000 (Malmoe, na Suécia), Paulo Guerra alcançou o tetra campeonato, enquanto Portugal apenas foi 4º classificado na competição colectiva.
Em 1997 foi a vez de Oeiras (Vale do Jamor) receber a primeira organização lusa, num percurso difícil e depois de um dilúvio (que obrigou a trabalhos extras para o ter pronto para a hora de início das provas) que tornou o percurso ainda mais difícil, onde Portugal conquistou o título colectivo, enquanto Alfredo Brás obteve a 5ª posição.
A segunda edição portuguesa desta competição foi em 2010, em Albufeira, onde o melhor foi Youssef El Kalay, que conquistou a medalha de bronze, com a equipa nacional a obter a prata colectiva.
No capítulo feminino, em 1994 Fernanda Ribeiro foi a melhor, na sexta posição, com Portugal a obter o bronze por equipas.
Em 1997 (Jamor), Helena Sampaio foi a melhor portuguesa (6º lugar), com a equipa nacional a obter a 4ª posição.
Em 2000 (Malmoe, Suécia) Analídia Torre foi 2ª e a selecção nacional conquistou o ouro colectivo.
Entre 2001 e 2010 registou-se uma quebra acentuada, em especial no sector masculino – o que se verificou ainda no ano passado, com Rui Pinto a obter o 35º lugar, depois de um 16º em 2017, se bem que Eduardo Henriques (2003), Rui Silva e Youssef (como atrás referido) chegaram ao bronze individual, com a equipa a obter três bronzes (2001 a 2003) e duas pratas (2007 e 2010)
A partir de 2008 foram as mulheres a “salvar a honra do convento”, primeiro com Jéssica Augusto a conquistar a prata (2008), tendo sido 4ª (2009) e campeã europeia (2010), embora Portugal tenha alcançado três medalhas de ouro em termos colectivos.
Seguiu-se depois Dulce Félix (bronze em Albufeira), prata em 2011 e 2012 e bronze em 2013, a que se acrescenta a prata colectiva em 2011.
Na última edição, a melhor foi Salomé Rocha (28ª) com Portugal a ocupar o 12º lugar colectivo.
É com 55 medalhas conquistadas que Portugal chega ao Parque da Bela Vista, o que é significativo, se bem que, quiçá, com um “sabor amargo” de não serem mais.
Factores que se ligam ao surgimento das maratonas, com entrada nos Jogos Olímpicos, levaram muitos atletas a “desistirem” do crosse, entre outras situações derivadas do aparecimento do elevado número de provas de estrada, quase todas com prémios pecuniários, que levaram ao “desvio” dos melhores atletas do crosse.
Mas aí temos a terceira edição do europeu de crosse em Portugal, onde o sector feminino se apresenta com mais força para obter os melhores resultados, de onde sobressai a júnior (sub20) Mariana Machado e Etson Barros para poderem “atacar” o pódio, para além de Dulce Félix e Salomé Rocha.
A partir das 10 horas da manhã de domingo se verá o que vai acontecer, desejando sempre o melhor para os nossos representantes.
A prova será transmitida em directo pela RTP.