O teste genético pode ser introduzido a tempo dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, anunciou o Presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, durante a Conferência Mundial sobre Doping no Desporto realizada em Katowice (Polónia), tendo admitindo ainda que poderão igualmente ser realizados análises a manchas de sangue seco, de acordo com a informação veiculada, pelo site do Comité Olímpico de Portugal.
“Com a pesquisa sobre o sequenciamento genético a progredir, esta nova abordagem pode ser um método inovador para detectar doping no sangue, semanas ou até meses após a ocorrência”, disse Bach perante uma audiência de 1600 delegados do Movimento Olímpico, Federações Desportivas Internacionais, Laboratórios credenciados e Autoridades Nacionais Antidopagem, incluindo a Autoridade Antidopagem de Portugal.
“Se for aprovado pela WADA [Agência Mundial Antidopagem], esse novo teste genético já poderá ser usado nos Jogos Olímpicos de Tóquio’2020. Queremos que os batoteiros nunca se sintam seguros, a qualquer hora ou em qualquer lugar.”
Na sessão de abertura, na qual tiveram a palavra o Presidente da WADA, Craig Reedie, o Presidente do COI, Thomas Bach, o Presidente da Câmara de Katowice, Marcin Krupa, a Assistente do Director-Geral para as Ciências Sociais e Humanas da UNESCO, Nada Al Nashif, e o Director da Associação de Autoridades Públicas 2019 “One Voice”, Marcos Diaz, ficou marcada pelas intervenções do Presidente da República da Polónia, Andrzej Duda, e do Ministro do Desporto e do Turismo da Polónia e futuro presidente da WADA, a partir de 2020, Witold Bánka.
Ainda antes de tomar posse, Witold Bánka realçou a necessidade de fazer face a um dos maiores problemas de eficácia da WADA, que reside, justamente, na falta de cooperação internacional e no facto de ter um orçamento anual de pouco mais de 40 milhões de dólares.
Segundo a referida nota, as alterações ao novo Código Mundial Antidopagem dominaram as sessões e uma das questões mais sublinhadas foi a necessidade de dar efectividade aos melhoramentos alcançados, através de uma real cooperação entre todas as entidades e organizações incumbidas de tal responsabilidade, com especial foco no papel fundamental que as autoridades públicas devem ter nesta matéria, nomeadamente a partir da criação de mecanismos legais que garantam o sucesso do combate à dopagem no desporto.
O Comité Olímpico de Portugal fez-se representar pelo seu Presidente, José Manuel Constantino, pelo Assessor do Gabinete Jurídico, João Pedro Maltez, e pelo Presidente da Comissão de Atletas Olímpicos, João Rodrigues, na sequência do processo de revisão do código mundial antidopagem, que teve início em Dezembro de 2017, e que viria a ser designado por processo de revisão do Código para 2021.
Depois de dois anos de período de consulta, no qual os diversos especialistas puderam participar no processo de alteração do referido Código, a versão apresentada, que pretende fazer face a um conjunto de problemáticas sinalizadas pelos diversos envolvidos, inclui dois novos critérios internacionais, relativos à Educação e à Gestão de Resultados.
Boas notícias para o desporto em geral, cientes de que a Agência Mundial Antidopagem continua a lutar arduamente contra os batoteiros, sejam atletas, dirigentes ou mesmo traficantes, como é o caso da atleta holandesa Madiea Ghafoor, que foi condenada a oito anos e meio de prisão por tráfico de droga, segundo notícia veiculada esta quarta-feira pelo jornal Record.
Devagar se vai ao longe é comum dizer-se mas só é pena que o avanço da ciência não permita “apanhar” mais rapidamente os prevaricadores.