Com um jogo rectilíneo, com a bola a correr sem parar, com os jogadores concentrados, o Sporting recebeu o Vitória de Guimarães não em fase de “depressão” mas de peito aberto, disposto a “sacudir” a mala pata que tem existindo para os lados do Estádio José de Alvalade.
A partir praticamente do apito inicial de Artur Soares Dias, os leões surgiram a criar perigo quando Bruno Fernandes, na sequência de um passe de Rossier, deu um toque de calcanhar (de costas para a baliza) mas que o guardião vimaranense segurou bem, até porque foi à figura.
O Vitória ripostou e, no minuto seguinte, na marcação de um livre ainda longe da grande área, André Almeida levantou demais a bola que saiu muito acima da baliza de Renan.
Ainda que tomando conta do jogo, o Sporting manteve-se pressionante mas sem criar oportunidades de golo, enquanto os vimaranenses não perdiam o objectivo de chegar à baliza de Renan, o que voltou a acontecer quando (9’), André Almeida obrigou Renan a uma defesa segura.
Tentando ser o “furão-marcador”, o capitão leonino teve o golo nos pés mas “esqueceu-se” de que teria que rematar e não o fez, porquanto não tinha ninguém pela frente.
Renan voltou a ser chamado a defender um bola que lhe foi atirada (22’) pelo lado direito, criando-se, de seguida, um certo “hiato” em que as jogadas não chegaram às grandes áreas, ainda que com supremacia por parte dos leões.
Mais ágeis, e aproveitando a primeira grande desatenção da defesa fortasteira, o Sporting abriu o activo (29’) por intermédio de Jesé, no que foi uma enorme festa para o jogador leonino, como se calculava, porquanto foi o primeiro desde que está no Sporting, ainda que sem jogar há bastante tempo, quer por falta de adaptação quer por ter peso a mais, pelo que foi quase sempre preterido.
No seguimento de uma falta sobre Bruno Fernandes, a bola chegou a Vietto que se livrou de Miguel Silva e centrou para Jesé que, no lado contrário, encontrou a baliza deserta e atirou pela certa.
Passaram três minutos e o Sporting aumentou para 2-0 (32’), também numa jogada em que a defesa do Vitória não esteve bem, quando Vietto ganhou a disputa da bola a Venâncio e passou de imediato para a Acuña, que se apresentou pela esquerda do ataque, marcando um golo de especial importância para o resultado final e culminando uma exibição de gabarito acima da média que vinha apresentando.
Quiçá que “embalado” pelos dois golos que marcou no campo do Arsenal, para a Taça da Europa – aliás como o próprio treinador referiu antes do jogo, onde também salientou que o Sporting era uma equipa do top português – a verdade é que a história não se repete de um dia para o outro e a verdade estava à vista, para o caso com mérito dos leões e algum demérito da sua equipa.
O Vitória, naturalmente que sentiu os dois golos sofridos mas voltou à carga e (37’) Bonatini rematou à base exterior do poste da baliza de Renan, criando muito perigo.
No segundo tempo, a “matriz” da partida manteve-se, com os leões a carregar no “acelerador”, com Bruno Fernandes a criar perigo e a “pedir” grande penalidade numa acção com o guardião contrário, tendo o árbitro recorrido ao vídeo-árbitro e manter a decisão tomada, retomando-se o jogo com um pontapé de canto para os leões, sem efeitos práticos.
Sem perder a “pitada”, o Guimarães (53’) voltou a criar perigo junto da área dos leões mas o remate de Bonatini passou a rasar o poste de Renan, o que voltou a verificar-se (64’) quando João Teixeira, que tinha entrado há pouco tempo, também rematou muito perto do poste.
Com este “arranque”, o Vitória preparou o caminho para poder, a qualquer momento, reduzir a vantagem leonina, o que veio acontecer três minutos depois, quando Bonatini aproveitou o momento proporcionado pela defesa sportinguista (às “aranhas”) para fazer o golo, com três jogadores do Vitória na pequena área dos leões.
O Vitória continuou em crescendo, aproveitando o “abanão” dado pelo golo obtido, e dois minutos depois voltou a criar perigo na área dos leões, com a bola a levar selo de golo mas que Coates desviou para canto.
Pouco depois (71’), os de fora voltaram a “atacar” a baliza sportinguista com Davidson a rematar, forte, mas a rasar o poste da baliza à guarda de Renan.
Sem nunca perder a “fome” de atacar, o Sporting voltou ao de cima e (74’) chegou ao 3-1, com um golo de Coates – quase em “desespero” porque foi à área contrária – no seguimento de um livre de Acuña, que levou a bola à cabeça do central leonino, cabeceando para a baliza, onde o guardião Miguel Silva perdeu na luta com o “gigante” leão, soltando-se a bola para o chão mas com Coates a tocar para dentro da baliza a confirmar o golo.
Depois do anúncio de que estavam no Estádio José Alvalade 28.135 assistentes – uma das piores desta época – o Guimarães (76’) voltou à carga e Evangelista cabeceou ao lado da baliza.
Enquanto o Sporting, à medida que os minutos se escoavam, controlava os movimentos do Vitória e também geria a vantagem dos dois golos, a verdade é que o jogo (que teve mais seis minutos de compensação) não teve alteração no marcador, o que levou o Sporting a fixar-se no quarto lugar, com 14 pontos, a sete do Porto e do Benfica (que venceram, respectivamente, o Famalicão (3-0) e o Tondela (1-0) e a cinco do Famalicão, que baixou ao terceiro lugar, depois de liderar desde a primeira ronda.
Artur Soares Dias não teve problemas para dirigir a partida, com os assistentes Tui Licínio e Paulo Soares, com as equipas a alinharem do seguinte modo:
Sporting – Renan; Rosier, Coates, Mathieu e Acuña; Eduardo (Rodrigo, 87’), Doumbia e Bruno Fernandes; Vietto (Borja, 67’), Jezé (Luiz Phellype, 73’) e Bolasie.
Guimarães – Miguel Silva; Victor Garcia (André Pereira, 80’), Venâncio, Tapsoba e Florent; André Almeida (João Teixeira, 61’), Mikel Agu e Evangelista (Rochinha, 80’); Edwards, Bonatini e Davidson.
Disciplina: Amarelos para Agu (29’), João Teixeira (61’) e Vietto (67’).