Quinta-feira 24 de Novembro de 2732

Portugal “sem luz” perdeu (2-1) com uma Ucrânia com dez jogadores durante 25 minutos

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JCMyro / JDM

Jogar mais “com o coração do que com a cabeça” foi a explicação de Fernando San tos para a derrota da selecção frente a uma Ucrânia que jogou durante 25 minutos com dez jogadores – e que teve o caminho facilitado para o triunfo por falhas e omissões “graves” por parte de uma formação sem “chama” inicial – para quem queria ganhar em Kiev e os restantes jogos desta fase de grupos.

Ao ser derrotado – apesar de duas bolas na trave nos minutos finais, mais em “desespero” do que com “cabeça” – Portugal deu o primeiro passo para não chegar a líder e, com isso, dificultou mais o caminho para chegar ao apuramento, porquanto não se sabe o que poderá acontecer frente à Lituânia e ao Luxemburgo (os jogos que ainda faltam), em função do “querer” dos jogadores e seleccionador.

Querem o melhor, naturalmente o apuramento, mas por certo que não será a jogar como o fizeram em Kiev, apesar de ter uma maior posse de bola, que não serve de nada se, na frente, ninguém rematar, rematar, rematar.

Provou-se que João Mário e Gonçalo Guedes não estiveram na sua plenitude e, com isso, a equipa nacional não rendeu mais. Fica por se saber se com Bruno Fernandes e João Félix, de início, seria melhor, Mas pelo que fizeram depois de entrar, também não adiantaram muito.

Numa partida em que as alas (Nélson Semedo e Raphael Guerreiro) estiveram quase sempre na linha da frente mas não conseguiram endossar a bola convenientemente face à barreira “amarela” que, por seu lado, levou ao primeiro descuido a pontos de (6’) a Ucrânia ter aberto o activo por Yaremchuk, numa jogada que começou precisamente pelo adiantamento do ala esquerdo, ainda que o perigo “fosse” desviado para canto.

Na sequência, Rui Patrício defendeu “in-extremis” mas já não teve tempo de evitar o golo quando a bola saiu dos pés do avançado ucraniano.

A posse de bola lusa verificou-se maioritariamente na zona central do relvado, se bem que a bola apenas rodou pelos jogadores, sem grandes avanços a caminho da baliza, o que se pode considerar de um “carrossel” que não passa do mesmo sítio, acabando por cansar não só a vista de quem está a ver como os próprios jogadores.

Ao quarto de hora, Nélson Semedo fez mais uma arrancada pela direita mas a jogada só deu canto, do qual nada resultou.

Nessa altura, a posse de bola era de 67/33% para Portugal, sem que isso correspondesse a qualquer jogada de perigo.

Nova brecha na equipa nacional e o 2-0 chegou (27’) “balanceado” pelo lado direito do ataque dos de Kiev, com toda a defesa a falhar consecutivamente e a levar Yarmolenko a isolar-se na área e a rematar ante a passividade dos defesas, que deixaram o avançado a ficar frente a Patrício para marcar à vontade.

Com menos de meia hora de jogo, Portugal estava a dar uma imagem muito descolorida para um campeão europeu em título.

Dois minutos depois, Danilo ainda mandou a bola por cima da barra, batida pelo peito do pé em vez de “baixar a alça” e rematar de outra forma, porque à-vontade.

Os da casa começaram a abrandar o ritmo, trocando a bola mas trocando a bola no centro do terreno e foram tentando “adormecer” ainda mais a formação lusa, aproveitando um ou outro ataque que podia ter chegado ao 3-0 (44’), quando Yaremchuk tentou chutar com o pé esquerdo em vez do direito, rematando bem perto do poste da baliza de Patrício.

Face a este desiderato pouco positivo, Fernando Santos fez entrar João Félix (saindo Gonçalo Guedes) no início do segundo tempo, uma opção que depressa se verificou algo “coxa” para o que era preciso fazer.

Ainda assim, Portugal apareceu com mais alguma vivacidade, com a bola a chegar mais perto da baliza de Pyatov, tendo Ronaldo (49’), na marcação de um livre direito, obrigado o guardião ucraniano a nova defesa apertada.

Dois minutos depois, novo ataque luso, agora com Bernardo Silva a rematar forte, perto da linha da grande área, mas contra João Félix que, de costas, estava na trajectória da bola e na situação de fora-de-jogo, perdendo-se uma grande oportunidade para marcar.

Portugal voltou a insistir e foi Ronaldo a surgir em zona de remate e a obrigar Pyatov a nova grande defesa.

Vendo que a situação não se resolvia a favor de Portugal, Fernando Santos fez entrar (56’) Bruno Fernandes para o lugar de João Moutinho que, como se foi analisando, também não foi a solução mais adequada.

A Ucrânia continuava a “guardar” a bola, os jogadores lusos não foram à sua procura, e o tempo foi passando, com a Ucrânia a (60’) ter tido uma nova oportunidade à vista, colocando a defesa lusa às “aranhas”, se bem que a bola não tenha entrado.

Parecendo que com pouca ambição e sem força anímica e física, Fernando Santos fez (68’) a última alteração ao colocar Bruma no lugar de João Mário, que também não deu para tudo.

Pepe (70’) teve que dar o pouco que já tinha para tirar a bola a um avançado que corria ao seu lado, livrando Patrício de poder sofreu mais um golo, no que se seguiu a expulsão de Stepanenko por ter visto o segundo amarelo ao desviar a bola, dentro da sua área, com o braço, no que foi a abertura da grande oportunidade para Portugal reduzir a vantagem.

Chamado a concretizá-la, Ronaldo enganou o guarda-redes da Ucrânia e fez o 1-2. Faltavam vinte minutos (e mais alguns se houvesse compensação) e tudo era possível.

Mas errando na táctica e “vivendo” de jogadas de carácter individual, Portugal começou a “queimar” os últimos cartuchos, onde nem a sorte surgiu para quer as duas bolas que bateram na barra (Ronaldo, aos 90+2’ e Danilo, no minuto seguinte) tivessem tido outro rumo, o que talvez não fosse lisonjeiro para a nossa selecção, que jogou abaixo do nível que se esperava e do objectivo (ganhar) tinha referido no final da partida frente ao Luxemburgo.

Resulta desta derrota que Portugal não pode chegar a líder do grupo e que para se fixar no segundo lugar e conseguir o apuramento terá de vencer, dê por onde der, a Lituânia (no Algarve, em 14 de Novembro próximo) e o Luxemburgo (em 17 do mesmo mês) mas no país do Benelux.

Sob a direcção da equipa britânica, muito bem chefiada pelo árbitro Anthony Taylor (atento à grande penalidade marcada), as equipas alinharam:

Ucrânia – Pyatov; Karavaiev, Krivtsov, Matviyenko e Mykolenko (Plastum, 90’); Yarmolenko, Zinchenko, Stepanenko, Malinovskiy e Marlos (Kanoplyanka, 63’); Yaremchuk (Kovalenko, 74’).

Portugal – Rui Patrício; Nélson Semedo, Pepe, Ruben Dias e Raphael Guerreiro; João Moutinho (Bruno Fernandes, 56’), João Mário (Bruma, 68’) e Danilo Pereira; Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva e Gonçalo Guedes (João Félix, 46’).

Disciplina: cartão vermelho (segundo amarelo) para Stepanenko (amarelo aos 25 e 72’); amarelo para Pepe (26’), Yarmolenko (47’), Rúben Dias (64’) e Zinchenko (90+3’).

No outro encontro do grupo, realizado também esta segunda-feira, a Sérvia foi vencer à Lituânia por 2-1, estando a classificação alinhada do seguinte modo: 1. Ucrânia, 19 pontos (6 vitórias e um empate; 2º Portugal (11 pontos, 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota); 3º Sérvia, 10 pontos (3 vitórias, um empate e 2 derrotas); 4º Luxemburgo, 4 pontos (1 vitória, 1 empate e 4 derrotas); 5º Lituânia, 1 ponto (1 empate e 5 derrotas).

 

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