Parece não haver dúvidas que uma tempestade passou pelo Estádio Alvalade no decorrer do jogo em que os leões perderam (2-3) com o Rio Ave, no que foi o pior resultado das últimas cinco épocas e cujos efeitos para o futuro poderão deixar marcas indeléveis para o Sporting na presente temporada, que vai até Maio de 2020, ano de Jogos Olímpicos.
Três grandes penalidades, todas provocadas por Coates, originaram os golos dos homens de Vila do Conde que, numa visão simples, se aproveitaram dessas “anomalias” para vencerem de forma fácil (aproveitando o trabalho dos outros), numa partida que de futebol pouco teve, quanto mais de imagens técnicas e artísticas por parte dos ditos “artistas” que “enchessem” os desejos dos 37.942 espectadores que estiveram no recinto do Visconde.
Três minutos depois do início do jogo, Coates ficou “sem pernas” para solucionar a arrancada de Mehdi e não teve outro remédio que aplicar a rasteira (com toque nas pernas), pelo qual levou um cartão amarelo. Chamado à cobrança, Filipe Augusto enganou bem Renan e fez o 1-0.
Em desvantagem, o Sporting tinha que remar contra a maré mas não houve jogadas nem de perigo eminente nem com a frequência que era requerida, porquanto a bola continuou a ficar “retida” na faixa entre a defesa sportinguista e pouco mais do meio campo, isto porque tudo o que se passa no jogo tem que passar por … Bruno Fernandes. Uma pecha que vem de longe e que se mantém, pelo que a fluidez que se pretende até à baliza contrária não existe.
Por seu lado, o Rio Ave começou cedo (após o golo) a mostrar sinais de retenção de bola, nalgumas vezes até contra o que está estipulado na lei e que o árbitro não sancionou, jogando devagar, na linha de meio campo.
Numa perda de bola nesse compasso de “queima de tempo”, o Sporting chegou à grande área do Rio Ave e foi preciso uma terceira tentativa para que o Sporting conseguisse empatar, com um remate fortíssimo (20’) de Bruno Fernandes, no centro da área, depois de Luiz Phellype e Raphinha terem perdido a oportunidade, tendo a bola ressaltado para o capitão leonino, que rematou pela certa para o empate,
Aproveitou o Sporting para se assumir um pouco mais no jogo, ainda assim sem grande fulgor, pelo que o tempo passou e o intervalo chegou com uma oportunidade de golo, que foi cortada por fora de jogo.
No segundo tempo, a movimentação não se mudou muito, as oportunidades de jogo jogado não tiveram os efeitos desejados, porque pouco de jogou tacticamente, com cabeça e nexo, se bem que o Sporting aproveitou uma desatenção da defesa forasteira para se colocar na posição de vencedora (53’) com um golo de Luiz Phellype, que atirou a bola para o fundo da baliza de Kieszek, no seguimento da marcação de um pontapé de canto.
Pensou-se ainda que a equipa leonina iria aproveitar a “embalagem” para se colocar em posição de tentar aumentar a vantagem mas a verdade é que nada foi “mostrado” nesse sentido, porquanto parecia que a bola não “queria” dirigir-se para a baliza, fosse ela qual fosse.
Só aos 81 minutos houve uma “janela” de oportunidade para os leões chegarem, com perigo, à baliza de Kieszek, quanto Bruno Fernandes, na marcação de um livre directo, sob o lado esquerdo do ataque, rematou mas à figura do guarda-redes que, ainda assim, foi obrigado a defender a soco.
Dois minutos depois, Coates voltou a cometer uma falta idêntica à que fez no início da partida e o árbitro assinalou nova grande penalidade, uma e outra confirmadas pelo VAR, pelo que as dúvidas da justeza da marcação seriam nulas aos olhos de toda a gente.
Chamado a converter a falta máxima, Ronan atirou para um lado e Renan foi para outro, e o empate (2-2) voltou a estar em equação.
Logo de seguida (88’) os leões tiveram oportunidade de decidir a partida a seu favor mas Acuña, a passe de Raphinfa, cabeceou para o poste.
Aos 90+1’ chegou a terceira grande penalidade, novamente da responsabilidade de Coates, tendo sido Filipe Augusto (que marcou o primeiro golo do Rio Ave), a fazer o 3-2, com que se encerrou esta partida, “rematada” com três grandes penalidades provocadas pelo mesmo jogador e contra o Sporting, sem que isso possa significar premeditação ou quaisquer considerandos menos positivos, porquanto o VAR reconfirmou tudo. Aconteceu. Não devia acontecer.
No entanto, é muito provável que este domingo o assunto seja analisado em termos mais “frios” e ficar a saber-se o que se irá passar a seguir, mais a mais com a Liga Europa já na mira, imagem que este jogo não ajudou em nada, até porque se passaram outras coisas que não perceberam (porque não houve terceira substituição no Sporting, por exemplo ou porque não foi tirado Coates da equipa logo após o primeiro amarelo)
Sob a direcção do árbitro João Pinheiro, apoiado pelos assistentes Rui Licínio e Nuno Eiras, as equipas alinharam:
Sporting – Renan; Tierry Correia, Coates, Mathieu e Acuña (Plata, 90+2’); Doumbia, Bruno Fernandes e Wendel; Raphinha, Luiz Phellype e Vietto (Borja, 79’).
Rio Ave – Kieszek; Nélson Monte, Borevkovic, Adeerllan e Matheus Reis; Tarantini (Jambor, 76’) e Filipe Augusto; Nuno Santos (Mané, 68’), Diego Lopes e Taremi; Bruno Moreira (Ronan, 79’).
Disciplina:
Amarelos: Coates (4 e 89’, seguido de vermelho), Matheus Reis (57’) e Filipe Augusto (18’)