Quarta-feira 04 de Dezembro de 2024

Bolsas de Educação Jogos Santa Casa chegam aos 600 mil euros

SantaCasa-Foto-19-12-18Este ano sob o lema “Vamos passar a chama aos campeões do Futuro”, os Jogos Santos Casa cumprem a sexta edição do programa de Bolsas de Estudo para atletas (olímpicos e paralímpicos) integrados no grupo alvo para os Jogos’2020, em Tóquio.

Apesar de ter apenas seis anos de “idade”, esta iniciativa é pioneira em Portugal no que concerne ao apoio às carreiras duais, que incentivam os nossos atletas a conciliarem a carreira académica com a desportiva (com foco especial para o pagamento de despesas com propinas e outras correlativas à modalidade que pratiquem), de modo a evitar quer o abandono prematuro do desporto de alto rendimento, quer o abandono precoce dos estudos. Por esta forma, os Jogos Santa Casa pretendem garantir e contribuir para que estes jovens tenham um “Futuro à Campeão”.

IMG_4014Este ano (2018/2019), foram atribuídas 46 Bolsas (das 70 candidaturas apresentadas) de Educação a atletas olímpicos (33) e paralímpicos (13) que conciliam a actividade académica com a carreira desportiva, apoio que nasceu em 2013 e que tem vindo a aumentar significativamente o número de atletas que são considerados,  contabilizando-se 216 bolsas concedidas, num valor superior a 600.000 euros.

Antes da entrega dos prémios passarem pelo ecrã os vídeos “motivação, perseverança, trabalho, resiliência” em que foram actores os atletas Tiago Neves (surdo-olímpico da natação), Melanie Santos (triatlo), Nelson Lopes (natação adaptada) e Joana Cunha (Taekwondo), que deram o seu testemunho e apresentaram o compromisso de poderem estar em Tóquio, para fazer o melhor.

Edmundo Martinho, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, salientou que “a parte menos importante é o papel que os Jogos Santa Casa desempenham neste processo, porquanto o que importa é reconhecer o trabalho, o esforço, a vontade e a ambição de cada atleta em se superar e compatibilizar a carreira desportiva com a carreira académica”.

bolsas santa 2Salientou ainda que “apoiar mais atletas-estudantes é estar nos momentos especiais de cada um, numa missão com a qual nos congratulamos.”

Para o Presidente do Comité Olímpico de Portugal, “temos de reconhecer que ainda falta ao sistema desportivo dar o exemplo” que a sociedade civil e as instâncias públicas têm dado, “não sobrecarregando os calendários”, nas datas em que os atletas têm compromissos estudantis. “O sistema desportivo tem ainda um longo caminho a percorrer para ajudar a conciliar as duas carreiras”, manifestando o seu agrado pelo excelente trabalho protagonizado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa neste e noutros campos de cooperação.

bolsas santa 1Antes, José Manuel Constantino, destacou o pioneirismo da iniciativa, devido “à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e em certa medida ao Comité Olímpico de Portugal”, partes que desenharam as Bolsas de Educação Jogos Santa Casa.

Por seu lado, o Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço, destacou a importância da iniciativa ao sublinhar a “dimensão inclusiva” de uma “iniciativa de grande valor, por dar condições aos atletas para prosseguirem as suas carreiras desportivas sem descurarem a formação académica”.

No encerramento da cerimónia – João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, salientou que “os atletas conseguiram afirmar a necessidade das carreiras duais, com o sacrifício de manter a actividade académica em simultâneo com os compromissos desportivos”, tendo acrescentado que é “essencial que cada um faça a sua parte e o Governo não rejeita a sua”, e reforçando o compromisso de encontrar boas soluções para que as necessidades de atletas e estudantes possam compatibilizar-se.

bolsas santa 3Adiantou ainda que, com a criação das Unidades de Alto Rendimento nas Escolas (UARE) – com horários e situações específicas para estudantes/desportistas – “estamos a criar condições nas escolas para que consigam ter o que a lei prevê e que seja aplicada de forma efectiva”.

A este propósito, João Paulo Rebelo deu a conhecer que “em 2017 existiam apenas dez escolas com este novo sistema e que, em 2018, o número subiu para 16, em nove distritos de Portugal, no qual estão já integrados 366 alunos/atletas, sendo 67% do 3ª ciclo e 30% do 2º, que praticam 39 modalidades. Estamos no bom caminho”, enfatizou.

Neste “Vamos passar a chama aos campeões do Futuro”, por certo que todos concordarão que não haverá distinção de géneros, porque se pretende a inclusão, importa divulgar os atletas que receberam as respectivas Bolsas de Educação Santa Casa.

Na área dos Paralímpicos/Surdo Olímpicos, os treze beneficiados foram Carolina Duarte, Carina Paim, Carlos Freitas, Luís Gonçalves, Márcia Araújo e Odete Fiúza (Atletismo), Magnos Nhanço e Rúben Gonçalves do Judo; Daniel Videira, Rúben Linhares, Susana Veiga e Tiago Neves da Natação e Filipe Marques do Triatlo.

Nos olímpicos, os benefícios recaíram em Francisco Silva (Andebol), Evelise Veiga, Marisa Carvalho, Rafael Jorge, Susana Costa (Atletismo); Bruno Afonso, David Fernandes, David Varela, Marco Apura, Mendes Baptista, Rúben Vilas Boas e Teresa Portela (Canoagem), Pedro Ribeiro Ferreira (Ginástica); Catarina Costa, Gonçalo Mansinho, João Martinho, Mariana Esteves e Patrícia Sampaio (Judo); Ana Catarina Monteiro, Angélica André, Gabriel Lopes, José Lopes, Raquel Pereira, Tamila Holub e Victoria Kaminskaya (Natação); Eduardo Oliveira (Pentatlo Moderno); Joana Cunha e Júlio Pereira (Taekwondo); Afonso Costa e Dinis Costa (Remo); Helena Carvalho (triatlo); Carolina João e João Abreu (Vela).

Só se pode desejar a maior sorte para estes jovens e que consigam singrar nas duas vertentes.

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