Terça-feira 23 de Novembro de 4680

Sameiro Araújo com Ordem Olímpica Nacional na Celebração Olímpica’2018

© JcMyro /JDM

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Maria do Sameiro Araújo foi a figura mais destacada no planeta de estrelas distinguidas na Celebração Olímpica’2018 que o Comité Olímpico promoveu, esta quinta-feira, em Lisboa, na passagem de mais um aniversário (109º, porque constituído, formalmente, em 26 de Outubro de 1909).

Técnica que treinou (e continua a orientar jovens atletas, como é o caso de Mariana Machado, filha de Albertina, que, ainda júnior, já é uma das melhores europeias do presente) campeãs mundiais e europeias e presenças nos Jogos Olímpicos de Manuela Machado, Albertina Machado, Conceição Ferreira, Dulce Félix e Jéssica Augusto, Sameiro Araújo viu ser-lhe atribuída a Ordem Olímpica Nacional, a mais elevada na escala do Comité Olímpico de Portugal e que se destina a distinguir personalidades de elevado nível e público reconhecimento, por relevantes serviços prestados ao Movimento Olímpico.

Na cerimónia foram também agraciados com a Medalha de Excelência Desportiva – que distingue o melhor atleta masculino e a melhor atleta feminina – Inês Henriques (campeã europeia dos 50 km marcha) e Fernando Pimenta (campeão mundial e europeu de canoagem no K1 1000 metros), com Pimenta a conquistar o prémio nestes últimos quatros anos.

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Fernando Costa Matos, um dos históricos do judo nacional desde 1959, tendo estado presente nos Jogos Olímpicos de Tóquio (1964) e feito uma carreira brilhante no dirigismo e como técnico, a todos os níveis, recebeu a Medalha de Mérito.

José Ramalho, o hexacampeão europeu de canoagem no K1, em maratona, foi distinguido, com inteiro merecimento, com o Prémio Ética Desportiva, distinção que releva os princípios e valores da ética no desporto, susceptíveis de constituir exemplos virtuosos e pedagógicos, como foi o caso deste ano, nos mundiais da especialidade (Prado, em Portugal), ter tido o azar de o barco bater em algo que o levou quase a afundar-se (a proa partiu-se ao embater noutra embarcação no calor da luta pelos melhores lugares) mas Ramalho não desistiu e, volta a volta, foi tentando sanar os problemas, se bem que perdendo sempre tempo para os da frente, ele que lutava pelas medalhas, conseguindo ainda terminar na sexta posição, o que foi extraordinário.

O Prémio Juventude foi entregue a Patrícia Sampaio (judo), campeã europeia de juniores e medalha de bronze no mundial da categoria; e a Alexandre Montez (equipa mista de triatlo), que conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude.

O COP distinguiu na Celebração Olímpica os medalhados nos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018, eu foram a selecção feminina de Futsal (medalha de ouro), a selecção masculina de Andebol de praia (medalha de prata), Alexandre Montez, do Triatlo (medalha de prata na prova individual e medalha de ouro na estafeta mista), e o par misto de Ginástica acrobática, Madalena Cavilhas-Manuel Candeias (medalha de prata na prova multidisciplinar) receberam a moeda de Carlos Lopes, da Colecção Ídolos do Desporto, da Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

O Comité Olímpico de Portugal atribuiu o Prémio Prestígio à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pelo apoio prestado ao fomento do desporto funcionando, nomeadamente, como um elemento imprescindível quer na ajuda directa a um vasto conjunto de eventos, organizaçºoes e agentes desportivos, onde figura como exemplo superior a atribuição das Bolsas de Educação Jogos Santa Casa a atletas integrados no Programa de Preparação Olímpica.

O COP reconheceu igualmente cinco das escolas que mais se distinguiram no âmbito do seu Programa de Educação Olímpica, com a atribuição de diplomas: Escola Básica e Secundária Fernando do Pó (Bombarral), Escola Secundária Henriques Nogueira (Torres Vedras), Colégio do Castanheiro (Ponta Delgada), Agrupamento de Escolas Rio Novo do Príncipe (Cácia) e Escola Básica da Regedoura (Ovar) foram os estabelecimentos de ensino que subiram ao palco.

Para José Manuel Constantino, presidente do COP, “na história do movimento olímpico nacional nunca Portugal teve tantos compatriotas nossos eleitos ou designados em instâncias desportivas internacionais do movimento olímpico”, acrescentando que “o movimento olímpico, como o assumimos desde a primeira hora, está muito para além da aritmética dos resultados desportivos, pois tem a responsabilidade de contribuir para um mundo melhor através da educação para o desporto, praticado de acordo com o olimpismos e os seus valores”.

Referiu também que “num país onde o desporto persiste secundarizado na afirmação do seu potencial social, cultural e educativo, e num contexto mediático que se alimenta de casos sem encontrar espaço para promover causas, temos a obrigação de dar destaque a boas práticas e exemplos de sucesso no âmbito da educação olímpica”, salientando que “em 2018 o Programa de Educação Olímpica chegou a 159 escolas, formou 397 professores, desenvolveu 271 actividades e atingiu cerca de 52.000 crianças, cobrindo todo o território nacional do Continente às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira”.

Depois de referir que “vivemos tempos complexos”, Constantino salientou que “os problemas identitários são, por natureza, excludentes mesmo quando defendem a incursão. Alimentam-se, muitas vezes, de narrativas agressivas e conflituais com os modelos e as culturas dominantes e têm uma presença muito forte na agenda mediática e nas redes sociais que utilizam como amplificadores dessa participação num pregusto protestativo permanente”.

O presidente do CIP citou ainda Thomas Bach, presidente do Comité Olímpicos Internacional, que “exortou todos os comités olímpicos nacionais e através deles as organizações desportivas a defenderem o desporto perante a sua crescente comercialização e as ameaças de ser organizado como mero produto comercial à margem das organizações desportivas”.

Tiago Brandão Rodrigues, Ministro da Educação, depois de enaltecer o objectivo do evento, salientou que “celebramos a inteligência dos praticantes, a sagacidade, o compromisso e talento dos técnicos e dirigentes, o que o governo tem acompanhado dentro do que é a ambição de todos nós”.

Adiantou que teve “oportunidade de acompanhar alguns dos eventos internacionais onde Portugal esteve presente – num ano recorde porque coube ao COP organizar cinco missões – e que a parceria protagonizada com o COP está muito bem enquadrada e com meios financeiros que foram reforçados para os Jogos Olímpicos de Tóquio’2020, o que vale a pena porque o retorno tem sido convertido em sucesso desportivo”.

Mais uma Celebração Olímpica cumprida, dando-se os primeiros passos desde já para a de 2019, o ano em que começam os apuramentos para os Jogos Olímpicos e Portugal, como não podia deixar de ser, quer mais e melhores atletas em Tóquio.

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