Sendo uma prova de impacte – deste poker de actividades desportivas que o Maratona Clube de Portugal leva a efeito n este domingo, para mais de duzentos milhões de cidadãos em redor de todo o mundo, via RTP – a EDP Maratona de Lisboa concita especial atenção.
Isto pelo facto de apresentar o conjunto mais forte dos últimos anos, o que indicia uma grande luta pelo triunfo na corrida, em especial porque dos presentes uma dezena tem tempos pessoais abaixo das 2.09.00, se bem que o percurso, ora em voga, não a seja o mais favorável porque os atletas, depois da partida (Cascais) e de um “passeio” pela marginal ribeirinha até à Praça do Comércio (onde será a chegada), terão de subir até ao Marquês de Pombal e regressarem então à meta, para onde está prevista a presença de cerca de 4.000 atletas, a maior parte estrangeiros (dezena e meia da elite mundial) que fazem deste tipo de actividades uma vida ao longo do mundo.
Na apresentação da lista final dos elementos da elite, esta sexta-feira, Carlos Móia “virou” o discurso para “o elevado número de provas que se efectua na cidade de Lisboa, a maior parte sem qualquer categoria internacional – algumas até de cariz selvagem – e que tem levado a um decréscimo de participantes, sem que a Federação Portuguesa de Atletismo cumpra as regras no que respeita aos regulamentos das competições do nível “Golden”, como o Maratona tem sido reconhecido pela IAAF”, tema que há muito vem sendo aflorado mas que ninguém (porque há outros intervenientes, como a Câmara Municipal de Lisboa, que licencia o espaço, e o Instituto Português do Desporto e Juventude) parece pretender regular para dar mais promoção à cidade capital do país.
Na prova masculina, os principais oponentes são o etíope Girmay Gebru (2.05.49), os quenianos Samuel Wanjiru (2.07.07), Ishmael Chemtan (2.08.20), Alfred Kering (2.07.11), Erik Ndiema (2.06.07) e outro etíope, Limenih Getachew (2.06.49).
Saliente-se que Hermano Ferreira (Benfica) é o português mais cotado (2.13.28) e vai estrear-se em Lisboa, na prova, perseguindo a melhor posição e o título de campeão nacional da especialidade, atleta que salientou que “espero bater o meu recorde pessoal (2.13.28, em 16.11.82) e, ao mesmo tempo, cumprir o mínimo para o mundial”, o que ainda não está definido pela IAAF porquanto os campeonatos são em 2019 (27 de Setembro a 6 de Outubro), sabendo-se apenas que o limite de participantes é de 100 e que os mínimos terão de ser cumpridos entre 7 de Março de 2018 e 6 de Setembro de 2019).
O recorde desta prova é de 2.08.21, alcançada pelo queniano Samuel Ndungu em 2014, sendo o melhor português Jorge Varela (2.22.01) em 2015.
Na maratona feminina, a mais cotada é a etíope Guteni Shone (2.23.32), seguida da queniana Monika Jepkoech (2.24.31) e a também queniana Emily Samoei (2.26.52).
No lado luso, a veterana Rosa Madureira é a única concorrente federada, que concorrerá para um novo título nacional.
O recorde desta prova pertence à queniana Sarah Chepchirchir (2.24.13) em 2016, onde a melhor portuguesa é Doroteia Peixoto (2.40.02) em 2017.
Maior impacte terá a Vodafone Meia Maratona, que conta com o recordista mundial da distância, o eritreu Zersenay Tadese (58.23), bem longo dos outros, como são os casos do queniano Japhet Korir (1.00.09), de outro eritreu, Amanuel Mesel (1.00.10), bem como o tanzaniano Emmanuel Gniki (1.00.47) e o turco Polat Arikan (2.01.03).
Do lado português assistir-se-á à estreia de Hugo Correia na distância e do regresso do ex-recordista nacional dos 3.000 metros obstáculos, José Regalo (1.12.36 como recorde pessoal), mas com destaque para Ricardo Ribas (1.03.58), José Moreira (1.04.00) e Tiago Costa (1.04.31), que vão lutar pelas melhores posições lusas.
A melhor marca da prova, com partida na Ponte Vasco da Gama, foi obtida pelo queniano Wilson Kiprop (1.00.19) em 2013, enquanto o líder português é Alberto Chaíça (1.02.21) em 2001.
No feminino é onde a situação é mais brilhante, face à presença de sete atletas habitualmente na selecção nacional, como são os casos de Dulce Félix (1.08.33), Jéssica Augusto (1.09.08), Sara Moreira (1.09.18), Filomena Costa (1.11.22), Salomé Rocha (1.13.01), Ana Mafalda Ferreira (1.14.40), Doroteia Peixoto (1.14.51), competição onde se estreia Susana Francisco.
Uma referência para a CTT Weelchair Racing (Cadeira de Rodas), com a presença dos melhores especialistas mundiais, de onde emergem o vencedor do ano passado, o espanhol Jordi Madera, a par dos seus conterrâneos Marco Baena e Gustavo Molina, entre outros, a que se juntam os portugueses Alexandrino Silva, Eduardo Bacalhau, Alberto Baptista,
Mário Trindade e Hélder Mestre, dentro das várias categorias regulamentares.
De salientar a cerca de duas dezenas e meia de parceiros com que a organização conta, com relevo para a EDP, Vodsfone, IPDJ, CTT, MIMOSA (Lactogal), Jogos Santa Casa, Câmaras Municipais de Cascais, Oeiras, Lisboa e Almada.
Fica o alerta público para o encerramento de toda a Marginal de Lisboa (de Cascais à Praça do Comércio) durante grande parte de domingo (dia 14), bem como da Praça do Comércio ao Marquês de Pombal e volta, para além da Ponte Vasco da Gama no sentido sul-norte, e zona da expo, onde se verificará a chegada da mini-maratona.