Segunda-feira 23 de Novembro de 6578

Ricardo dos Santos o rei da velocidade

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Confirmando-se as previsões feitas quer pela Federação quer pelos que mais de perto colaboram com o atleta do Benfica, Ricardo dos Santos voltou a “pulverizar” o recorde de Portugal dos 400 metros, ao fazer a volta à pista em 45,14 no decorrer das meias-finais que se efectuaram esta tarde no Estádio Olímpico de Berlim.

Com este registo, Ricardo retirou 41 centésimos à anterior marca (45,55) obtida na primeira eliminatória e, mais do que isso, garantiu um lugar na final dos 400 metros, feito inédito por um atleta português a nível das maiores competições realizadas no planeta (olimpíadas, mundiais e europeus).

Cumpriu a prova no 7º lugar e, por certo, a final será muito mais difícil, porquanto nesta distância só se pode andar para frente sem olhar para o lado e muito menos para trás.

Tudo vai depender do estado psíquico, da capacidade de superação – como esta quarta-feira voltou a fazer – das condições climatéricas e pode atingir o limite da transcendência e chegar ao pódio, o que seria ouro sobre azul.

Mais do que isso, dá para acreditar, pelo que fez até agora.

Como curiosidade de, na final, estarem presentes dois gémeos belgas – Kevin e Jonathan Borlée – que fizeram melhor que Ricardo, em corrida em que o melhor foi o britânico Matthew Hudson-Smith, com um registo de se lhe tirar o chapéu: 44,76.

A final está marcada para esta quinta-feira, pelas 20h05, na RTP2 e Eurosport.

Ao longo deste terceiro dia do europeu de atletismo, destaque ainda para Cária Azevedo, que foi a quarta classificada (das 32 presentes) na primeira eliminatória e, com isso, logrou o apuramento para a meia-final, o que também é significativo.

Cátia cumpriu a volta à pista no tempo de 51,84 – a melhor marca do ano e muito perto do recorde pessoal de 51,63 – pelo que estará esta quinta-feira a tentar também superar-se e lograr um lugar na final, que será bem mais difícil em face da concorrência que, nesta primeira fase, teve atletas a esticar um pouco mais a passada mas não tanto como acontecerá na meia-final.

Ainda que não chegasse ao recorde pessoal (32.21,19 conseguido este ano), Sara Catarina Ribeiro teve uma estreia auspiciosa na final dos 10.000 metros, que cumpriu em 32.53,71 e que valeu um bom 10º lugar, pelo menos para subir de nível nos apoios ao alto rendimento, dado que entrou na categoria dos semifinalistas (primeiros 16).

Registe-se que a nova campeã europeia é a israelita Lonah Chemtai, que ganhou a medalha de ouro com o tempo de 31.43,29, também não muito significativo, porquanto neste tipo de provas para a classificação importa apenas as medalhas e não tanto as marcas.

As mais cotadas, como são os casos de Sara Moreira e Inês Monteiro acabaram por desistir.

EuropeuAtlet_Mascote2018No triplo-salto, salientou-se Susana Costa – muito certa durante a época depois de recuperar de uma lesão – chegou aos 14,17, ficou no 10º lugar e foi apurada para a final, o que é digno de registo. O melhor registo pessoal é de 14,35, que poderá surgir no tira-teimas final.

Nesta mesma disciplina, a campeã europeia em título, Patrícia Mamona, não teve o tempo suficiente para recuperar das mazelas que surgiram ao longo da época e foi 16ª (das 29 concorrentes), com 13,92, ficando afastada da final mas garantindo a qualificação de semifinalista com vista a manter os apoios do alto rendimento.

Lecabela Quaresma, que também tinha conseguido mínimos (13,90) mas que é uma especialista das provas combinadas, aproveitou para fazer um treino para o Heptatlo, que se disputará quinta e sexta-feira, obtendo 13,87 (a três centímetros do seu melhor), que correspondeu ao 19º lugar (entre as 29 presentes), não estando na final.

Em termos de medalhas (só atletismo), a Polónia comanda com três de ouro e duas de prata, à frente da G. Bretanha (2-1-0) e Alemanha (1-3-1). Portugal está no grupo dos 5ºs lugares, juntamente com a França, Grécia, Israel e Lituânia, todos apenas com uma medalha de ouro.

No cômputo dos Europeus agregados, lidera a Rússia, com um total de 44 medalhas (21 de ouro, 12 de prata e 11 de bronze), à frente da G. Bretanha, com 38 (15-12-11) e da Holanda, com 29 (10-10-19). Portugal encontra-se na 16ª posição, com o ouro de Inês Henriques e as de prata de Ivo e Rui Costa.

Para esta quinta-feira, os atletas portugueses começarão a “trabalhar” logo pela manhã (8h30), com Irina Rodrigues e Liliana Cá na qualificação do disco, a primeira com um recorde pessoal de 63,96 (2017) conseguindo 62,37 este ano e, a segunda, com o recorde pessoal de 61,02, conseguido este ano.

A concorrência é forte e aguarda-se que Irina possa conseguir um lugar na final.

A partir das 9 horas, Lecabela Quaresma entrará no Heptatlo, fazendo os 100 metros barreiras e seguindo todo o dia com mais três provas. O recorde pessoal é de 6174 (2017) e, este ano, fez mínimos a 5901.

Evelise Veiga estará (08h30) na qualificação do salto em comprimento com um recorde pessoal (deste ano) de 6,61, o que gera um certo optimismo para ir à final.

Pela tarde (18h40) Cátia Azevedo estará nas meias-finais dos 400 metros a dar tudo por tudo para chegar à final e para fechar em beleza esta quinta-feira façamos votos de que é possível ver Ricardo dos Santos no pódio da final dos 400 metros.

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