Depois da chegada ao “poder”, isto é, à liderança da Volta, Raúl Alarcón tratou de, na etapa mais difícil da competição – ainda que amputada da chegada à Torre, como forma de precaução e preservação da sa+ude dos ciclistas em prova, face à elevada temperatura do ar que se tem feito sentir em Portugal – reforçar a sua posição de primeiro.
Não ficou nas “covas” à espera que alguém se decidisse tentar “derrubá-lo” da cadeira de “rei” – até ao momento – e resolveu que queria repetir a façanha do dia anterior e chegar às Penhas da Saúde na primeira posição. E se assim o pensou, melhor o concretizou.
Alarcón, de “motu” próprio, voltou a ser como é e iniciou com um ataque a defesa da Amarela conquistada na véspera. Foi a segunda vitória consecutiva na 80ª Volta a Portugal Santander e nem um Joni Brandão de grande nível conseguiu contrariar um Alarcón irrepreensível.
Como se diz, a melhor defesa é o ataque e Alarcón sabe muito como fazer as coisas, como se verificou neste domingo.
A principal acção ficou guardada para as Penhas da Saúde. A 13 quilómetros da meta – dos 144,3 que começaram na Guarda – Alejandro Marque deu o mote, num Sporting-Tavira decidido a mexer com a corrida. Mal o terreno inclinou os homens que levavam vantagem na frente começaram a perder-se.
Marcos Jurado (Efapel), João Matias (Vito-Feirense-BlackJack), Francisco Campos (Miranda-Mortágua), Gaspar Gonçalves (Liberty Seguros-Carglass), Luís Gomes (Rádio Popular-Boavista), Pierpaolo Ficara (Amore &Vita), José Diaz Galleggo e Oner Goldstein (Israel Cycling Academy), Aitor Gonzalez (Euskadi-Murias), AntonioCanet (Caja Rural), foram rapidamente ficando para trás.
Depois de Marque foi a vez de Frederico Figueiredo atacar, preparando o caminho para Joni Brandão, que se lançou na frente a oito quilómetros do fim. Luís Fernandes tentou fazer o mesmo trabalho para Vicente García de Mateos, mas o líder da Aviludo-Louletano-Uli não conseguiu acompanhar Brandão.
Alarcón esperou, com António Carvalho a marcar o ritmo na W52-FC Porto. Depois da Covilhã começou a preparar o ataque. A sapatada mais forte deu-a a seis quilómetros da meta, e depois de apanhar Brandão resolveu continuar sozinho. Os últimos quatro km foram feitos de forma isolada.
Mais uma exibição de força do espanhol que tem agora 52 segundos de vantagem sobre Joni Brandão que subiu ao segundo lugar. Mateos por troca com o português baixou ao terceiro posto e está a 1 minuto e 41 segundos enquanto Edgar Pinto (Vito-Feirense-Blackjack) está a 1 minuto 58 segundos. Todos os outros já têm mais de dois minutos para recuperar.
“Foi uma etapa muito dura. Tive de fazer um esforço para apanhar o Joni. Estou a tentar ganhar tempo aos rivais. Ainda temos etapas muito duras”, salientou o Camisola Amarela Santander. Mesmo com a desvantagem a aumentar, Joni Brandão deixou uma garantia: “Não vou baixar os braços.”
Raúl Alarcón é também o novo líder da montanha Camisola Azul Liberty Seguros, com outro espanhol, XubanErrazkin (Vito-Feirense-BlackJack) a vestir a Camisola Branca RTP, símbolo de melhor jovem. Vicente García de Mateos mantém a Camisola Verde Rubis Gás, dos pontos, enquanto o Sporting-Tavira recuperou o primeiro lugar colectivamente.
Esta segunda-feira, há mais uma etapa antes do dia de descanso. Sabugal recebe a partida para os 191,7 quilómetros que incluem duas contagens de terceira categoria, em Aldeia Nova e Broca. Viseu estará à espera do pelotão e será também a cidade que irá encerrar a primeira fase da competição.
Terminada a etapa começam as inúmeras e animadas iniciativas da autarquia e da organização da Volta para festejar a presença em terras de Viriato. O concerto da Volta de Miguel Araújo vai acontecer no Largo da Sé, às 21h30. A Festa da Volta continua noite dentro na discoteca “NB Club”.
Desporto e sociabilidade por certo que é o melhor caminho para ase chegar a um compromisso ético de todos para com todos, em que o fair play e o desportivismo sai sempre vitorioso.