A SIGA – Associação Global para a Integridade no Desporto – promoveu mais um Forum (o quarto), desta vez com a colaboração do Gabinete da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra (Suíça), palco de mais um encontro de experts mundiais em várias matérias relativas à integridade no desporto, sob vários pontos de vista.
O objectivo deste encontro era, uma vez mais, mobilizar a comunidade internacional e pedir maior colaboração e reformas imediatas por parte das autoridades que tem como missão lutar, em todos os países, pela referida integridade – e pela verdade, pela verticalidade, pelo cumprimento de regras e, também porque não, pelo espirito olímpico que o Barão de Pierre de Coubertain fez sobressair quando da implementação do maior evento desportivo à escala mundial, como foram (e são) os Jogos Olímpicos – sob pena de, dia a dia, se manter ou agravar as situações desvirtuantes que se tem vindo a passar ao longo dos anos, sem que se vislumbrem acções directas e musculadas.
Cerca de 150 líderes e especialistas do mundo do desporto, governos, organizações internacionais e empresas globais lançaram um poderoso apelo por uma cooperação mais próxima e reformas efectivas em toda a indústria desportiva.
Organizado pelo Director-Geral do Gabinete das Nações Unidas em Genebra, Michael Møller, a quarta edição do Fórum de Integridade do Desporto, promovido pela SIGA, confirmou o poder de intervenção desta instituição e o apoio generalizado à sua agenda de reformas.
Falando antes do evento, Michael Møller, Diretor salientou que “os esforços da SIGA são de realçar, tendo presente a incomparável capacidade do desporto para apoiar a paz, fomentar a inovação e impulsionar o desenvolvimento, realçando a importância da integridade, o que se vai passar neste Fórum, onde promoverá “insights” relevantes para além do desporto”.
Continuou salientando ainda “o respeito à integridade – um compromisso universal de “jogar segundo as regras do jogo” – o que é indispensável para estabelecer confiança na ordem multilateral e apoiar o sucesso da organização das Nações Unidas. É uma pré-condição vital para alcançar um mundo melhor e mais pacífico.”
Liderando uma forte presença de organizações sediadas nos EUA, que incluíam a Mastercard, a Panasonic, a Nevada Gaming Control Board, entre outras, Holli Richmond, director executivo do Conselho de Desporto, Fitness e Nutrição dos Estados Unidos, fez um discurso em que se referiu aos principais objectivos da política do Conselho do Presidente dos EUA.
Particularmente à SIGA, declarou que “o Conselho do Presidente dos Estados Unidos em Desporto, Fitness e Nutrição está comprometido em derrubar barreiras que impedem os nossos jovens de experimentar e aproveitar todos os benefícios da participação desportiva. Estamos ao lado da SIGA e apoiamos seus esforços internacionais para nivelar o campo de actuação e proteger a integridade e a segurança do desporto. ”
O Fórum incluiu uma série de sessões de reflexão instigantes e orientadas para a acção sobre os seguintes tópicos:
- Trabalhando juntos pela integridade real no desporto;
- Bom Dinheiro, Mau Dinheiro: Integridade Financeira dentro e fora da área desportiva;
- Impulsionar a reforma há muito atrasada quanto ao papel dos negócios globais na restauração da integridade no desport;
- Diversidade no desporto: do “soundbite” à realidade actual;
- Integridade das Apostas Desportivas nos EUA;
- O poder do desporto para além do campo de jogo: os objectivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.
No decorrer do Fórum foram registadas mais adesões, nas quais se integram instituições portuguesas, como o), o Instituto de Ciências Jurídico-Políticas e o Instituto Superior de Economia, Finanças e Direito Fiscal da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, além do Instituto Superior de Direito e Economia da Espanha ( ISDE), a Universidade George Washington, no âmbito do Desporto.
Como parte de seu compromisso de promover os mais altos padrões em boa governança e diversidade no desporto, A SIGA anunciou o segundo grupo de Mentores Femininos Globais durante o painel de discussão focado na diversidade do desporto, os quais foram anunciados na altura.
Ao expressar os pontos de vista da geração dos jovens, Karim El Husseini, atleta de 14 anos de idade de artes marciais, da Academia de MMA de Genebra, apresentou o Manifesto da Juventude da SIGA, tendo referido:
“O sector desportivo enfrenta uma séria crise de reputação. Como “millennials”, crescemos num mundo onde a transparência é a norma. Um mundo onde podemos expressar nossas opiniões e esperar que elas sejam contadas. Reconhecemos a nossa responsabilidade para com a sociedade e estamos dispostos a desempenhar nosso papel. Apelamos a todas as organizações desportivas para implementar a Declaração da SIGA dos Princípios Fundamentais sobre Integridade no Desporto e seus Padrões Universais. É hora de as organizações desportivas ouvirem a voz dos jovens ”.
A medalhada olímpica de ouro, Michelle Ford-Eriksson, salientou que: “o atleta tem a conexão com as pessoas. A integridade, a juventude, o desporto e seu futuro podem progredir através do aproveitamento de atletas como mentores que falam a mesma língua.”
Quanto a portugueses que integram a SIGA, de salientar Emanuel Macedo de Medeiros, o respectivo CEO – que liderou os trabalhos, não só do Fórum como também da Assembleia Geral (que aprovou por unanimidade aclamação o relatório de auditoria e contas de 2017 da própria instituição) e João Paulo de Almeida, Director Geral do Comité Olímpico de Portugal.
A Assembleia Geral também tomou nota de um conjunto de directrizes de governança, integridade e transparência, propostas pelo Comité de Ética da SIGA, para membros e funcionários, bem como os últimos desenvolvimentos relativos ao Sistema Independente de Avaliação e Verificação do SIGA (SIRVS).
As principais prioridades estratégicas da coligação e futuras iniciativas de liderança de pensamento também foram aprovadas por unanimidade e aclamação.
Pujança – mental e física – não falta ao CEO e aos demais elementos que compõem os órgãos sociais, tornando-se indispensável que outros parceiros se aliem a estas causas de capital impacto no desporto (governança, integridade e transparência) para que o desporto reponha os valores sociais que estão associados e sejam reforçadas as acções de controlo e verificação por todo o mundo.