Naide na final do comprimento, Dulce e Jessica justificaram
Naide Gomes, finalmente, parece estar a caminho da “reencarnação” na vida activa após ter conquistado, ao primeiro ensaio, esta manhã, em Daegu, o direito a estar presente na final do salto em comprimento.
Saltando 6,76 e sendo a terceira (de quatro) que garantiram a passagem logo no primeiro ensaio, Naide Gomes parece psicologicamente recuperada para a final de amanhã (domingo, pelas 10,15, hora de Lisboa).
Apesar de ter chegado a Daegu com 6,79 (pista coberta), a recordista nacional revelou-se mais confiante (apesar da chamada ter sido feita a 4 centímetros do final do limite da tábua de chamada) ante o nervosismo de Abreu Matos que, na bancada, sofreu enquanto não foi divulgado o resultado final.
Jessica Augusto e Dulce Félix tomaram parte na final (directa) dos 10.000 metros – o que não deixa de ser uma surpresa, vivida de há poucos para cá, pelo reduzido (18) número de atletas inscritas, contrastando com anos idos – onde o favoritismo recaía sobre nas quenianas e etíopes, como se verificou no final, com Dulce a superiorizar-se (8ª, com 31.37,03) a Jessica (10ª, com 32.06,68), numa vitória da queniana Vivian Cheruiyot, com 30.48,98, recorde pessoal.
Com uma “arrancada” em força e de forma inusitada – há muito que não se via as representantes norte-americanas a liderarem uma prova de fundo, o que conseguiram até cerca dos 4.000 metros, quando o abrangente continente negro acabou com a festa e passou a dominar tudo e todas, incluindo as duas portuguesas que, até aí, estiveram sempre no grupo líder.
A meio da prova, Dulce passou a ser a última do grupo, embora a poucos metros de Jessica, lugares que acabaram por manter na parte final – até porque o grupo se desmembrou – os lugares, para o caso com vantagem para Dulce, que recuperou, para acabar entre as oito primeiras com um registo muito perto do seu melhor deste ano (31.33,42). Jessica, por seu lado, cumprindo também face aos problemas porque passou esta época, chegando em 10º (32.06,68) o melhor registo deste ano, considerando que a atleta portuguesa esteve presente com o mínimo de 2010.
Este domingo inicia-se com a presença de João Vieira na final directa dos 20 km marcha, partindo com a 27ª marca (1.22.49) entre os 46 participantes, onde chineses, russos e japoneses são muito mais fortes, a que se aliam ainda os atletas do centro e sul da América.
A partida será dada pela uma hora da madrugada.
Meia hora depois será a vez de Eleonor Tavares iniciar a qualificação no salto com vara, precisando de fazer 4,60 ou esperar para ser uma das melhores 12 a apurar. Estará no grupo A e tem como registo (e mínimo) 4,50.
Pelas 10h15, como se referiu, caberá a Naide Gomes tentar entrar nas cinco primeiras e, com isso, poder chegar às medalhas no salto em comprimento, o que seria um excelente final de uma época algo atribulada.
Às 11h30 da manhã deste domingo, Rui Silva fará a sua estreia em competições deste tipo na corrida dos 10.000 metros, onde se apresenta com o registo de 27.53,55 (o 14º entre todos os participantes).
Também aqui o facto de o número de atletas (20) nesta prova ser diminuto em relação ao que outrora obrigava a eliminatórias e finais.
Resta esperar pelo desempenho que cada um vai ter.