Como favoritos, Mário Cassaca e Patrícia Serafim ganharam, pelo segundo ano consecutivo, a Ultra Maratona Atlântica Melides-Tróia 2018, disputada este domingo entre as duas localidades, no que foram duas provas com distâncias diferentes.
A edição de 2018 da Ultra Maratona Atlântica Melides – Tróia foi quase uma “fotocópia” de si mesma: realização muito cuidada e os vencedores de 2017 repetiram os seus triunfos! Patrícia Serafim conseguiu o seu sexto triunfo consecutivo e foi quarta da geral…
A Ultra Maratona Atlântica Melides – Tróia 2018 decorreu na maior extensão de areia de Portugal, na costa alentejana do Concelho de Grândola. Esperavam-se piores condições atmosféricas do que afinal se veio a verificar, mas as marés voltaram a dificultar – e muito – a progressão dos atletas, que se queixaram desse fator que os prejudicou durante mais de 25 km!
“Queríamos correr, mas sentíamos que nos afundávamos em cada passada”, disse-nos o vencedor desta aventura dos 43 km, Mário Cassaca, do Odimarq, que terminou em 3.33.23, com mais de 23 minutos do que o tempo que registou na edição do ano passado.
“Saí rápido, com base na experiência do ano passado, mas nos primeiros quilómetros a progressão foi muito difícil, ainda assim fui continuando, mas nos últimos 5 a 6 quilómetros senti muitas cãibras”, afirmou Cassaca, que fez uma preparação muito dura para esta competição.
Um factor que fez com que o segundo classificado, Custódio António, do Beja AC, um dos “clientes” desta espectacular corrida fizesse os últimos quilómetros junto do terceiro classificado, João Cruz, do mesmo clube. Custódio terminou com 3.40.35, Cruz com 3.40.37.
Depois destes três atletas, em quarto lugar da classificação geral, portanto, chegou Patrícia Serafim, do Beja AC. A atleta que reside no Algarve e fez a sua preparação específica para esta prova na praia do Barril (Santa Luzia, Tavira), terminou com a marca de 3.46.56, cerca de 15 minutos mais que a sua melhor marca (3:30).
«Foi muito dura a prova deste ano. A areia não ajudou. Ainda pensei em correr para bater o meu recorde da prova, mas a costa estava muito inclinada e não dava para isso. Depois o mais importante era mesmo vencer», disse a atleta que ainda manifestou uma enorme alegria por conseguir o seu sexto triunfo consecutivo, um marco importante na história desta competição. «É histórico sim, e não me lembro de me ter classificado tão bem! Ser quarta na geral é histórico», concluiu a atleta, muito antes da segunda classificada, Chantal Xervelle (que venceu quatro vezes esta ultramaratona), que chegou depois das cinco horas e cinco minutos (5:05.01) e de Inês Marques (5:29.37).
Os restantes atletas foram chegando ao longo do dia à praia do Bico das Lulas, em Tróia, no meio de muita animação e incentivos por parte dos veraneantes e ainda dos concorrentes já chegados, com os três primeiros de cada escalão a subirem ao pódio, em cerimónias lideradas pelo Presidente do Município de Grândola, António de Jesus Mendes,
Pedro Arsénio vence com recorde nos 15 km
Complementarmente à allutra, de 43 km, realizava-se a corrida de 15 km, uma “irmã” mais nova para os que pretendem experimentar a corrida nas areias, e que contou com a participação do “padrinho” da prova, o internacional Paulo Guerra, penta-campeão de corta-mato e que chegou a ser quarto numa das primeiras edições da ultra.
Contudo, ele já está longe da fase competitiva, que foi demonstrada por Pedro Arsénio, do Beja AC, que foi o vencedor deste ano, repetindo o triunfo de 2017, mas agora com recorde pessoal (51.58), à frente de Jorge Robalo, de O Praticante (52.05) e de Carlos Papacinza, do Beja AC (53.18).
Para o vencedor, o “triunfo foi um momento de grande satisfação. Fico contente por ter batido o recorde da prova, mas o importante era mesmo triunfar, esse era o meu objetivo”. Tendo realizado “treinos em rampas e corta-mato”, Pedro Arsénio salienta o esforço psicológico que é necessário para uma competição desta natureza.
O mesmo refere a vencedora feminina, Alexandra Alves, que fez a prova “pela primeira vez! Não estou habituada a estes pisos e senti alguma dificuldade. Há uns anos fiz uma prova na Costa e Caparica, mas nem se compara a esta”, referiu, salientando as “dificuldades dos primeiros 1.100quilómetros, com a areia muito solta a dificultar muito a progressão”.
Depois dela, chegaram Carla Silvano, com 1:10.59, e Margarida Amaro, com 1:16.16.
Resultados completos na página oficial da prova .