Sábado 24 de Novembro de 9268

Mundial da Rusia’2018 Ronaldo e Nossa Senhora de Fátima

DR / FIFA World Cup

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E também São Patrício, que “tirou” o pão da boca dos marroquinos quando (59’) fez a defesa da tarde e, para já, do campeonato, evitando o golo que Belhanda tentou marcar, num encontro – jogado no Estádio Luzhniki – em que a sorte esteve, de novo, por Portugal.

Foi nesta trilogia que assentou o difícil triunfo de Portugal, que começou a ganhar (4’) com um (mais um) extraordinário golo de Cristiano Ronaldo, no seguimento da marcação de um canto curto, em que Bernardo Silva endossou a João Moutinho, que fez subir a bola para junto da linha da pequena área onde surgiu, de rompante e em antecipação ao defesa Manuel da Costa, o número sete português a cabecear com força e fora do alcance do guarda-redes.

Com tem sido hábito, depois de um golo – seja em que altura for do jogo – a equipa nacional mostrou uma vez mais que não tem sido capaz de “congelar” a bola, em especial acima da linha da defesa e meio campo, o que permitiu aos marroquinos quase “massacrarem” a defesa, que passou por momentos bem difíceis durante quase todo o tempo do jogo.

Valeu a Portugal, para além de Patrício – que esteve em evidência (11’) quando conseguiu defender um remate perigoso de Benatia (o jogador mais rematador e influente na formação dos leões do norte de África) – a falta de sorte dos jogadores marroquinos que remataram sempre por cima e ao lado da baliza do guardião nacional.

Num desses lances (18’), Ziyech rematou forte e valeu o corpo de Cédric para desviar a bola da baliza (para canto) à guarda de Patrício, que estava praticamente batido.

Portugal beneficiou (32’) de um livre bem perto da linha de grande área marroquina mas, desta vez, Ronaldo chutou contra a barreira e perdeu-se a jogada. Uma rara situação de perigo porquanto a equipa nacional errou demasiadas vezes nos passes, não evoluiu do meio campo para o atraque à baliza marroquina, a modos que numa de “pasmaceira”.

Que foi alterada quando (39’) Gonçalo Guedes é isolado por Ronaldo, fica frente ao guarda-redes e chutou de primeira mas permitindo a defesa de Munir. Bastava olhar para a posição do guardião – muito avançado em relação à linha de golo – para fazer subir um pouco a bola e fazer um chapéu para o 2-0. É preciso pensar com a … cabeça.

Ante o marasmo, foi Marrocos que voltou a estar perto de empatar quando (45+3’) Boutabi teve uma oportunidade para marcar mas, uma vez mais, a bola saiu ao lado da baliza de Patrício.

No segundo tempo foi mais do mesmo – passividade da equipa portuguesa e pressão forte dos marroquinos – e a sorte voltou a estar com Portugal. Aliás, como jogo de “sorte ou de azar”, consoante seja ou não premiado, o futebol é assim mesmo e foi por isso que o país chegou a campeão europeu, apesar do mérito que foi e continuará a ser reconhecido.

Pior ainda foi que os três substitutos que entraram em jogo também “alinharam” pelo mesmo diapasão, primeiro com Gelson a perder sempre a bola, ainda no meio campo luso (por onde andou perdido quando deveria servir de ponta de lança a sério, ao lado de Ronaldo e fazer a bola ficar no campo dos marroquinos) mostrando que ainda não tem maturidade para jogos deste nível.

Bruno Fernandes, qual estrela, também não ajudou em nada e, quase no final, quis fazer um “floreado” ao rematar, do meio campo marroquino, para a baliza sem qualquer tipo de nexo, numa altura em que era preciso manter a posse de bola.

Adrien, que entrou em cima dos 90’ (a compensação foi de 5’), não fez mais do que uma falta que originou um cartão amarelo que tem influência na classificação final do grupo e que pode levar Portugal a um confronto com a Rússia (vencedor do grupo A contra o 2º do B) nos oitavos de final. Por via disso – e ainda antes do último jogo da Espanha e de Portugal – são os espanhóis que comandam o grupo onde estão inseridos os dois países.

Empatados em golos (total e entre si), diferença (1 golo) para os dois lados, o risco está nos amarelos. Por ventura ninguém avisou os jogadores de que era proibido serem sancionados com cartões.

Assim não! A não ser que haja mais um “milagre”! É evidente que este triunfo foi importante para Portugal, era o objectivo principal e, quando assim é, está tudo bem. Aguardemos o próximo capítulo, dia 25 frente ao Irão de Carlos Queiroz.

Sob a orientação do norte-americano Mark Gelger, assistido pelo conterrâneo Frank Anderson e pelo canadiano Joe Fletcher, as equipas alinharam:

Portugal – Rui Patrício; Cédric, Pepe, José Fonte e Raphael Guerreiro; Bernardo Silva (Gelson, 59’), William Carvalho, João Moutinho (Adrien, 89’) e João Mário (Bruno Fernandes, 70’); Cristiano Ronaldo e Gonçalo Guedes.

Marrocos – Munir; Dirar, Benatia, Manuel da Costa e Hakimi; El Ahmadi (Faycal Fajr, 86’) e Boussoufa; Amrabat, Belhanda (Carcela, 75’) e Ziyech; El Kaabi (Boutaib, 70’) e Sofian Amrabat.

 

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