Na apresentação do Anuário do Treino Desportivo’2018 – que esta quarta-feira foi apresentado publicamente na sede do Comité Olímpico de Portugal – foi grato verificar que a “reposição” de uma publicação destinada, na essência, aos treinadores a laborar na área do alto rendimento, levou Jorge Adelino, que deu umas “dicas” sobre a obra, a regressar a 1976.
E porquê? Porque nesse ano foi criada a primeira, na altura, Revista Treino Desportivo, editada pela então Direcção Geral dos Desportos, mercê da necessidade de formar técnicos para as várias modalidades que, nesse tempo, também eram em número reduzido.
Jorge Adelino – um dos autores dos 16 artigos insertos na edição ora publicada, tal como em 1976 – aproveitou para recordar que esta é a quarta edição, porquanto existiram três no passado.
E aqui a curiosidade foi o facto do ex-responsável pela formação no IDP/IPDJ, ter recordado que a primeira durou entre 1976 e 1983, com um total de 23 revistas; a segunda, entre 1985 e 1995 também teve 23 revistas; e a terceira, de 1997 a 2003,teve igualmente 23 números publicados.
Historiou brevemente a situação, enaltecendo todos aqueles que colaboraram nas várias fases, porquanto a formação de treinadores era (é e será) factor fundamental para a evolução do desporto em Portugal.
António Marques, outro colaborador da obra, abordou a evolução da ciência do treino a que hoje se chama ciência do desporto, tendo identificado dois centros, no leste da Europa e nos Estados Unidos. “A diversidade de influências sobre a performance implica a colaboração de vários especialistas. A ciência do desporto é integrativa. No esforço de colaboração pluridisciplinar há conhecimentos de várias origens. A ciência do desporto evoluiu no sentido da valorização social, do desporto virado para a saúde”, reflectiu.
A obra reúne 16 artigos que abordam temas que vão da psicologia à abordagem táctica ao processo de treino desporto, ao planeamento da carreira desportiva, à nutrição e à formação de treinadores, entre outros, com assinatura de João Barata, Ana Ramires, Ana Costa Barreto, Ana Hormigo, Luís Monteiro, Cláudia Minderico, Cláudio Farias, Cristina Gomes, António José Silva, Vasco Sousa, José Sacadura, Raquel Marinho, José Machado, Paulo Franco, Bruno Dias, Isabel Lavinha, Daniel Marinho, Isabel Mesquita, José Afonso, José Pérez, Gomes Pereira, Luís Horta, Ricardo Minhalma, João Beckert, Paulo Cunha, Pedro Pinto, Paulo Oliveira e Vasconcelos Raposo.
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal assina a nota de abertura do Anuário e na apresentação comparou o papel do treinador ao do professor: “A qualidade de uma sociedade avalia-se pelo modo como trata os professores. Por eles passa tudo. Pode fazer-se um paralelo com os treinadores. A forma como são tratados diz muito do sistema desportivo. Não é possível falar em desporto sem valorizar este elemento fundamental, este agente crítico, que é o treinador.”
O presidente do COP pretende que o Anuário do Treino Desportivo possa ajudar a “valorizar o conhecimento e a animar a produção editorial”, destacando o editor João Barata, da Omniserviços/Visão e Contextos, como “o último resistente das edições de desporto”, que fez a coordenação do trabalho em parceria com Paulo Cunha, director desportivo do COP até Janeiro deste ano, e Pedro Roque, que lhe sucedeu no cargo.
A apresentação da obra esteve a cargo de Jorge Adelino, que lançou algumas questões e deu respostas: “A quem se destina o Anuário? Destina-se a treinadores. Mas que treinadores? Aos treinadores que preparam atletas de alto rendimento. Existem treinadores de diferentes competências, que precisam de diferente preparação”. Daí que o Anuário apresente “um conjunto diversificado de temas, textos orientados para a preparação do atleta e o desenvolvimento de modalidades; e há artigos que visam a preparação das grandes competições. É uma obra cheia de trabalhos importantes”, sublinhou.
A obra pode ser adquirida online, ao preço de 20 euros, através do site da editora Omniserviços/Visão e Contextos.
