Na que será a 78ª edição da Taça de Portugal – baptizada de “Placard” nos últimos anos face ao patrocínio dos Jogos Santa Casa – Sporting e Desportivo das Aves vão dirimir a posse do segundo troféu mais importante do futebol português, que se iniciou em 1938/39 e que sofreu duas paragens (1947/48 e 1949/50).
Numa altura em que um clima de crispação envolve a formação “leonina” por questões de ordem interna do clube do Visconde José Alvalade, que extravasa, por completo, para o plano internacional, minando a credibilidade de Portugal além-fronteiras, resta esperar que o ambiente e o jogo, em si próprio, se transformem na festa que se deseja para os desportistas e adeptos, independentemente das cores das camisolas que defendam.
Esta será a 28ª presença da equipa do Sporting – estreia do Desportivo das Aves – na história deste troféu, com Jorge Jesus a ter oportunidade de se isolar no segundo lugar dos que mais taças venceram, dado que neste momento está emparado com o F. C. do Porto, ambos com 16 vitórias. Bem à frente (com 26) está o Benfica, que lidera há muitos anos
Vencedores foram ainda o Boavista (5), Belenenses e Vitória de Setúbal (3), Académica e Sporting de Braga (2), culminando com um título para Vitória de Guimarães, Leixões. Beira Mara e Estrela da Amadora.
O primeiro troféu foi conquistado pela Académica de Coimbra e o Benfica é o vencedor em título, porquanto venceu na época passada.
Nesta final inédita e no campo da teoria, torna-se evidente que o Sporting é o favorito, se bem que o plantel esteja “desgastado” por toda a polémica que se tem vivido depois do Sporting ter perdido, para a Taça dos Campeões, frente ao Atlético e em Madrid.
Situação agravada dia a dia e que atingiu limites impensáveis na última terça-feira, que deixaram marcas que levou Jorge Jesus a não treinar a equipa até à véspera do jogo da final.
Daí que, embora possa não ser uma incógnita o estado físico/anímico dos jogadores, há que acompanhar o desenvolvimento em campo para ver qual o tipo de resposta que cada um vai dar, naturalmente em favor do Sporting.
Quanto ao Desportivo das Aves, terá de se dizer que, para além da possível ponta de sorte (em termos de calendário e adversários que teve que ultrapassar) que terá tido – o Sporting, por exemplo, teve que eliminar o F. C.do Porto – por certo fez jus ao conseguir chegar ao Estádio Nacional.
De resto, tal como Jesus, José Mota, técnico dos avenses, quer ajudar na festa e se for a seu favor ainda melhor.
Em face de tudo isso – e o que mais se verá neste domingo – encaremos com responsabilidade, fair play e espirito desportivo a final da 78ª Taça de Portugal, tendo nos artistas do Sporting e do Desportivo das Aves os interlocutores de uma festa que se deseja esplendorosa para o futebol português.